UNESCO lidera movimento para reconstrução do património em Beirute
A UNESCO anunciou hoje que vai liderar um movimento internacional para apoio à recuperação e reconstrução do património cultural de Beirute, após as explosões que atingiram 640 edifícios de zonas históricas, museus, galerias e monumentos religiosos.
Agência Lusa , 12 Agosto 2020 - 16:30
Depois das explosões ocorridas a 04 de Agosto que destruíram o porto da capital do Líbano, 171 habitantes morreram e mais de 6.500 ficaram feridos, e o governo decretou o estado de urgência para um período de duas semanas.
Agência Lusa , 09 Agosto 2020 - 10:58
De acordo com um comunicado divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), na segunda-feira realizou-se uma reunião on-line para coordenar medidas de longo prazo que protejam a herança patrimonial da capital do Líbano e reabilitem a actividade cultural.
Na reunião participaram organizações e especialistas do Líbano e de outros países para mobilizarem esforços e responder ao apelo da Direcção-Geral de Antiguidades do país, no sentido de acompanharem tecnicamente o Plano Internacional de Ação pela Cultura em Beirute, que a UNESCO está a preparar com os seus parceiros.
Segundo um balanço apresentado pelo diretor-Geral das Antiguidades no Ministério da Cultura do Líbano, Sarkis Khoury, pelo menos 8 mil edifícios foram afectados, muitos deles concentrados nas zonas históricas de Gemmayzeh e Mar-Mikhaël, e, entre eles, 640 edifícios históricos, estando cerca de 60 em risco de colapso.
O responsável também indicou que a explosão afetou museus importantes como o Museu Nacional de Beirute e o Museu Sursock, o Museu Arqueológico da Universidade Americana da capital, sublinhando a "necessidade urgente" de consolidação estrutural e prevenção de infiltrações para evitar mais perdas com a aproximação das chuvas do outono.
As autoridades locais pretendem ainda mobilizar artistas, artesãos locais, e outros profissionais da cultura para continuar a vida cultural da cidade.
A reunião, segundo a UNESCO, é um primeiro passo no sentido de garantir que "a vida cultural de Beirute e a sua herança patrimonial continuarão a servir como fonte de força e resiliência para o povo libanês".
Os principais parceiros que participaram na reunião foram a International Alliance for the Protection of Heritage in Conflict Areas - ALIPH, a Arab Regional Centre for World Heritage (ARC-WH), Blue Shield, o International Centre for the Study and Preservation of Restoration of Cultural Property (ICCROM), o Conselho Internacional de Museus (ICOM, sigla em inglês, a que Portugal pertence), e o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS, em inglês, onde Portugal também está representado).