Venezuela acumulou 843,44% de inflação nos primeiros sete meses do ano
O preço dos produtos e serviços na Venezuela registou uma subida média de 55,5% em julho, elevando para 843,44% a inflação acumulada desde janeiro, anunciou a Comissão de Finanças do parlamento venezuelano.
"Os números (da inflação) registaram um aumento de 55,5% no mês de julho e a inflação acumulada é de 843,33%. Os itens que mais aumentaram foram os serviços públicos, seguidos pelos serviços de comunicação", disse o presidente da Comissão de Finanças.
Durante uma conferência de imprensa através da plataforma Zoom, Alfonso Marquina precisou que ao longo do mês de julho os preços dos serviços públicos e dos serviços de comunicação aumentaram 483,5% e 326,4%, respetivamente.
Segundo os dados que divulgou, a área da educação registou uma inflação de 56,3% e a de equipamento para o lar 44,4%, seguindo-se bens e serviços diversos (33,2%).
Os setores de restaurantes e hotéis, vestuário e calçado tiveram uma subida de preços de 29,8% cada, o arrendamento de casa 28,9%, o transporte 27,3%, as bebidas alcoólicas e o tabaco 20,9%, a saúde 15,4% e os alimentos e bebidas não alcoólicas 10,9%.
Alfonso Marquina adiantou que "o cabaz alimentar do mês de julho teve um custo de 213 dólares (181 euros)" apesar de "o salário mínimo dos venezuelanos manter-se em 1,40 dólares (1,19 euros)".
O deputado lamentou que o bolívar, a moeda venezuelana, "lamentavelmente, já não é aceite como mecanismo de pagamento".
"Pagar, para os venezuelanos, é fazer uso de dólares, mas os salários continuam em bolívares", referiu.
De acordo com o parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, a Venezuela regista hiperinflação desde novembro de 2017, uma situação que deverá manter-se pelo menos até 2021.
Para sair da hiperinflação, a Venezuela precisa de registar, "durante 12 meses consecutivos, uma inflação inferior a 50%", observou Alfonso Marquina.
Os últimos dados oficiais, divulgados pelo Banco Central da Venezuela, davam conta de que a inflação acumulada entre janeiro e maio foi de 295,9%.
São frequentes as queixas dos economistas e do parlamento de que o Banco Central da Venezuela não publica as estatísticas de forma periódica.