ACIF apoia novas restrições decretadas pelo Governo Regional
A Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) considerou esta quinta-feira que as novas restrições, bem como o reforço da fiscalização nos estabelecimentos, anunciadas pelo Governo da Madeira, no âmbito do processo desconfinamento, não são exageradas, nem obstaculizam o comércio.
"Há prós e há contras, mas eu acho que estão claramente na linha do que tem sido a atuação do governo e das autoridades de saúde e encarámo-las como medidas nessa sequência, nessa linha", disse à agência Lusa o presidente da ACIF, Jorge Veiga França.
No âmbito da pandemia da covid-19, o executivo madeirense aprovou, na quarta-feira, uma resolução que determina o encerramento obrigatório, até às 02:00, de todos os estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços, incluindo os que se encontrem em conjuntos comerciais ou em estabelecimentos de restauração, de bebidas e similares, com ou sem pista de dança, bem como todos os espaços de animação noturna.
Na mesma resolução, o Governo, de coligação PSD/CDS-PP, definiu que fica proibida a venda de bebidas alcoólicas nas áreas de serviço ou nos postos de abastecimento de combustíveis entre as 00:00 e as 08:00, bem como o consumo de bebidas alcoólicas em espaços ao ar livre de acesso ao público e vias públicas, excetuando-se os espaços exteriores dos estabelecimentos de restauração e bebidas devidamente licenciados para o efeito.
Esta decisão tem por base o atual contexto de abertura do arquipélago ao turismo, com o aumento do número de desembarques nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo, bem como o regresso dos navios de cruzeiro aos portos da região.
"A resolução não obstaculiza a atividade comercial, de forma nenhuma. Regula um pouco mais", disse Jorge Veiga França, reforçando: "Nós vemos isto como uma chamada de atenção, como uma medida que vai na linha do que o Governo tem vindo a fazer e penso que é do interesse de todos nós".
Após a aprovação da resolução no Conselho do Governo Regional, o líder do executivo, Miguel Alquerque, disse também aos jornalistas que as autoridades de segurança da Madeira vão reforçar a fiscalização nos estabelecimentos comerciais, nomeadamente no período noturno, uma vez que alguns "já não estão a cumprir" as regras de desconfinamento.
Esta medida conta também com a aprovação da ACIF.
"Será mais uma chamada de atenção. Nunca é de mais repetir", afirmou Jorge Veiga França, sublinhando que a abertura do arquipélago ao exterior exige "algumas regras".
A Madeira regista um total acumulado de 95 casos de infeção por covid-19, já com 93 recuperados e apenas dois ativos, sem necessidade de cuidados hospitalares.
Os casos ativos foram detetados no âmbito da operação de rastreio de viajantes à entrada nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo, onde foram realizadas 3.545 colheitas para teste à covid-19 até às 18:00 horas de quarta-feira, segundo informação do Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE).
A operação teve início em 01 de julho, na sequência de uma resolução do Governo Regional, que substituiu o regime de quarentena pela obrigatoriedade de os passageiros apresentarem um teste negativo realizado até 72 horas antes do início da viagem, ou, então, a efetuá-lo à chegada.
Em Portugal, morreram 1.644 pessoas das 45.277 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 549 mil mortos e infetou mais de 12 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.