Preços dos produtos e serviços subiram 508,47% em seis meses na Venezuela
Os preços dos produtos e serviços na Venezuela subiram 508,47% desde janeiro, segundo dados divulgados hoje pela Comissão Permanente de Finanças e Desenvolvimento Económico da Assembleia Nacional (parlamento).
A informação foi dada pelo deputado e economista José Guerra durante uma conferência de imprensa virtual em que precisou que a inflação em junho foi de 19,5%.
"Ainda estamos num processo de hiperinflação que se tem prolongado desde o mês de novembro de 2017. O regime tem uma política fiscal claramente expansiva, o que gera um aumento nos preços, principalmente nos alimentos", disse José Guerra.
Segundo o parlamentar, "a inflação acumulada na Venezuela entre janeiro e junho excede a de todos os países da América Latina" e "o resultado é um salário [mensal] de 1,2 dólares [1,06 euros], o mais baixo da história da Venezuela".
"As taxas de inflação acumulada (em seis meses) entre os países da América Latina chega a 25,0%, enquanto que na Venezuela é de 508,5%", frisou.
André Guerra advertiu que a Venezuela vai precisar de mudar em breve a sua moeda e que se o bolívar continuar a desvalorizar-se a inflação será ainda maior.
De acordo com a Assembleia Nacional, o maior aumento de preços em junho foi na área de serviços (119,8%), seguido pelos restaurantes e hotéis (110,1%).
O calçado aumentou 17,1%, os alimentos e as bebidas não alcoólicas 13,8%, a saúde 13,6%, a renda para habitação 9,83%, as bebidas alcoólicas e o tabaco 9,7%, as comunicações 7,9% e os transportes 4,5%.
Os últimos dados oficiais, divulgados pelo Banco Central da Venezuela, davam conta de que a inflação acumulada entre janeiro e maio foi de 295,9%.