Muito se tem dito e comentado nos últimos dias, a propósito dos ataques selvagens às sossegadas estátuas, nas praças de vários países, Portugal incluído.

Os manifestantes sem sequer refletirem uns momentos, destroem, sem dó nem piedade, que lhes venderam como racismo, escravatura e outras palavras que estão na moda....

Digo venderam, porque estes jovens, autores de destruição, são muitas vezes, reflexo de alguns menos jovens, cuja irresponsabilidade, para não dizer má vontade é notória.

Este infantilismo, fez - me recordar o que algumas mamãs, perante o encontrão do filho contra a mesa, dizem: “A mesa é má vamos bater-lhe”... E o menino aliviado da sua culpa deixa de chorar!... E a mãe fica sossegada com o filho caladinho.

Também recordei a reação dum aluno, pouco amigo de ir às aulas, que aguardava a afixação das pautas de fim de ano. Esperava ele gloriar-se da sua cabulice ao ver o seu resultado, a vermelho.

Mas surpresa das surpresas!... Estava a azul aprovado.

Reação do aluno: “ - Que estúpidos professores que me passaram sem eu saber nada!”

Ou afirmações infelizes de políticos que ironizam perante a fome que existe realmente no nosso País, e dizem que o Banco Alimentar faz “caridadezinha” (convido-os a ir de surpresa, visitar esta instituição e muitas que dele dependem.) Ficará surpreendido pelo trabalho generoso de tantos voluntários, novos e não só.

Ou aquele outro que atacou os médicos de EXTREMISMO, por declararem que a sua função é tratar da Vida das pessoas, e não fazer eutanásia...

Somos nós os adultos (sem querer aliviar a culpa dos mais novos) que com as nossas, boas ou menos boas atitudes, contribuímos, para as irresponsabilidades dos jovens. Se não soubermos aproveitar a sua generosidade o gosto de correr riscos que é próprio dos novos, nós próprios seremos as primeiras vítimas.

Mas nem só de vandalismos está cheia a nossa sociedade. Tenho visto com os meus olhos, tanto bem que é feito discretamente no nosso país, mas que as TVs, os jornais, as redes sociais não transmitem ...

A título de exemplo, lembro uns jovens, anónimos, que durante os estados de Emergência,” saíram do sofá “e usando também redes sociais, mobilizaram outros colegas em várias cidades para localizarem pessoas mais frágeis e isoladas. Disponibilizaram-se a fazer-lhes as compras, dar uns dedos de conversa, ouvi-los, cantar-lhes uma canção, prestar um serviço. Quanta alegria se notava nos testemunhos destes rapazes e raparigas. E que amizades verdadeiras daí saíram e quanto aprenderam com estes mais velhos.

Recordo ainda um rapaz, que ao ter conhecimento das necessidades que uma rapariga, estava a passar (não tinha sequer para poder alimentar-se minimamente). Não foi preciso pedir-lhe nada. Ele próprio, com as suas economias foi fazer compras ao supermercado, em quantidade e especialmente em qualidade, para dar, sem humilhar a quem tanto precisava.

Poderia dar mais exemplos, mas bastam estes para nos interrogarmos, a nós adultos, (pais, professores, políticos, jornalistas), que juventude ajudamos a desenvolver na nossa sociedade?

Queremos merecer o epíteto de estúpidos ou ser recordados como uma referência nas suas vidas?

Depende muito de nós!