Candidato do CHEGA Madeira: “Não somos extremistas de todo”
“Não vamos ganhar tudo de uma vez. Vamos devagar, mas vamos no rumo certo”, diz Miguel Castro
Cerca de duas dezenas de ‘simpatizantes’ do partido CHEGA juntaram-se esta tarde no Parque de Santa Catarina, no Funchal, no encontro promovido por Miguel Castro, candidato à liderança do partido CHEGA na Madeira. Entre os militantes que compareceram, destaque para Miguel Teixeira, o líder regional demissionário, que abdicou de se recandidatar para apoiar a lista encabeçada por Miguel Castro, que aproveitou o encontro informal para dar conta dos principais objectivos da sua lista para a RAM.
Aos presentes Miguel Castro começou por esclarecer que aceitou “este desafio” por causa de Miguel Teixeira e do “grande líder nacional”, André Ventura, mas também admitiu que a outra lista o motiva “ainda mais avançar, por ser muito ligada ao sistema”, denunciou. Visando a concorrência interna, Miguel Castro avisou que “o CHEGA não pode ser bengala nem muleta para ninguém”, lembrando que este é o partido mais à Direita do espectro político português e por isso “todos os que estão à nossa esquerda são nossos adversários”, atirou.
Ao ataque, o candidato regional considerou que “não somos extremistas de todo” e acusou a comunicação social de estar “completamente comprada” por 15 milhões de euros.
“Fazer as coisas certas, devagar” é o desafio lançado aos militantes, ciente que “vamos ser muito atingidos. Já sabemos que vão-nos espicaçar muito mas estamos aqui para isso. Para dar a cara” e “ter calma”, apelou. “Não vamos vencer tudo de uma vez, não vamos ganhar tudo de uma vez. Vamos devagar, mas vamos no rumo certo”, concretizou.
Antes o líder regional demissionário, Miguel Teixeira, também dirigiu-se aos presentes para confessar que até hoje esteve “na dúvida se iria concorrer a novas eleições”. Justificou a demissão para evitar a “guerra interna”.
Manifestou total apoio ao candidato Miguel Castro por reunir na sua lista as pessoas que gostaria de ter, caso avançasse para a recandidatura.
“Vou desistir mas vou dar o apoio que eu puder”, comprometeu-se.
Aproveitou a oportunidade para também criticar a oposição interna, por ser um “grupo liderado por indivíduo que tem ligações àquela ‘máfia’ que nós temos que destruir”, insinuando estar a referir-se ao poder regional. Reforçou de resto que um dos princípios do CHEGA “é precisamente a mudança e alterar o sistema político que vigora. Nós queremos uma nova Constituição. Esse é o grande objectivo”, afirmou.
Lembrou ainda que no espectro político português não existe nenhum partido com quem o CHEGA possa “namorar. Não existe. Todos eles comem da mesma panela, todos eles são farinha do mesmo saco”, acusou.