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Concentrações antirracistas e antifascistas estão de volta

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Lisboa e Coimbra acolhem hoje duas concentrações antirracistas e antifascistas, promovidas por várias organizações na sequência da morte do ator negro Bruno Candé Marques, baleado no sábado em Moscavide, no concelho de Loures.

Em Lisboa a manifestação realiza-se no largo São Domingos e em Coimbra na praça 8 de Maio.

Bruno Candé Marques, de 39 anos, foi baleado no sábado em Moscavide, tendo o suspeito, um idoso de 76 anos, ficado em prisão preventiva.

A família do ator, cidadão português de origem guineense, considera que o crime teve motivações racistas e pede justiça célere, no que é secundada pela associação SOS Racismo e pelo Bloco de Esquerda.

A família considerou que "fica evidente o caráter premeditado e racista deste crime" e exigiu que "a justiça seja feita de forma célere e rigorosa".

O ator Bruno Candé nasceu em Lisboa, em 1980. Iniciou o seu percurso no grupo de teatro da Casa Pia, ainda na adolescência, tendo posteriormente frequentado o curso de formação teatral do Chapitô, onde chegou em 1995 e participou em vários espetáculos, sob direção do encenador Bruno Schiappa.

Trabalhava desde 2011 com a Casa Conveniente, de Mónica Calle, onde participou em "A Missão - Recordações de uma Revolução", de Heiner Müller, distinguido com o prémio de Melhor Espetáculo do Ano, em 2012, pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Fez parte do elenco de produções como "Macbeth", "O Livro de Job", "Rifar o Meu Coração", "A Sagração da Primavera", "Noites Brancas", dirigidas por Mónica Calle, "Drive In", de Mónica Garnel, e "Atlas" de João Borralho e Ana Galante.

Entrou no filme "Ivone Kane", de Margarida Cardoso. Esteve também no elenco de telenovelas como "Única Mulher", da TVI.

O ator preparava o novo projeto da Casa Conveniente, "O Escuro Que Te Ilumina", espetáculo que tem por base a história da sua vida e a sua recuperação, após um acidente sofrido em 2017. Segundo a companhia, o projeto será posto em cena, "com uma nova força", em 2021.

Para sábado estão anunciadas outras concentrações antirracistas e antifascistas em várias cidades homenageando o ator de origem guineense.

Para domingo, foi convocada uma "contramanifestação" de direita, em Lisboa, pelo presidente demissionário do Chega, André Ventura, que considerou que o "caso trágico do ator assassinado nada tem a ver com racismo".

Hoje, também é notícia:

CULTURA

O Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, apresenta hoje as mais recentes aquisições da sua coleção de arte contemporânea, incluindo obras de Mel Bochner, Jorge Queiroz, Ana Jotta e João Maria Gusmão com Pedro Paiva.

A mostra intitula-se "Presente Contínuo", será inaugurada às 19:00 em cerimónia que obriga a inscrição prévia devido à presente conjuntura sanitária e dará a conhecer trabalhos de 19 autores portugueses e estrangeiros.

A exposição pode ser visitada até 06 de setembro, sempre no período de sexta-feira a domingo.

Os jardins do Palácio de Cristal, no Porto, recebem entre hoje e 22 de agosto um ciclo de oito concertos, com nomes como António Zambujo, HMB ou Rui Veloso, num espaço com lotação máxima para 600 pessoas.

O ciclo de oito concertos, cuja organização está a cargo de um consórcio que junta dois dos grandes organizadores de festivais de música no país - Everything is New e PEV Entertainment -, arranca hoje com António Zambujo, naquele que será o primeiro de quatro fins de semana dedicados à música portuguesa.

Seguem-se a 01 de agosto os The Black Mamba e no fim de semana seguinte, 07 e 08 de agosto, HMB e Gisela João. A 14 e 15 de agosto sobem ao palco dos jardins do Palácio de Cristal Jorge Palma e Diogo Piçarra, e a encerrar, nos dias 21 e 22 de agosto, Blind Zero e Rui Veloso.

ECONOMIA

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga hoje o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, um período que compreende o estado de emergência e as medidas de confinamento tomadas devido à pandemia de covid-19.

O INE decidiu antecipar a divulgação dos números do PIB do segundo trimestre por considerar que o conhecimento de informação económica, ainda que por vezes incompleta, tem uma particular urgência no contexto atual.

No primeiro trimestre do ano, o PIB nacional recuou 2,3%, refletindo a contração da atividade económica no mês de março, depois de um aumento de 2,2% no trimestre anterior, o último de 2019.

Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do PIB em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.

LUSOFONIA E ÁFRICA

O Parlamento de São Tomé e Príncipe inicia hoje a discussão de uma moção de censura contra o Governo, apresentada pelo principal partido da oposição são-tomense, a Ação Democrática Independente (ADI), acusando o executivo de praticar um "cortejo de atos manifestamente de corrupção e arbitrariedades".

O líder da bancada parlamentar da ADI, Abnildo de Oliveira, acusou o executivo, liderado por Jorge Bom Jesus, de "não olhar os meios para justificar os fins", agindo com "práticas sistemáticas de ilegalidades".

A ADI possui apenas 25 dos 55 lugares no parlamento, pelo que tem "a plena consciência da sua inferioridade em relação à soma dos deputados" para fazer passar esta moção de censura.

"O nosso país revela um disfuncionamento grave das instituições e sendo o Governo aquele que define políticas, deve ter uma clareza daquilo que são as orientações para São Tomé e Príncipe", explicou o líder parlamentar da ADI, que considera a moção de censura "um mecanismo regimentar, democrático".

A Comissão Permanente da Assembleia da República de Moçambique reúne-se hoje para apreciar o relatório do Presidente Filipe Nyusi relativo ao estado de emergência que vigorou no país de 01 de abril até quarta-feira.

A 12.ª sessão extraordinária da Comissão Permanente está marcada para as 10:00 (09:00 em Lisboa) na sede do Parlamento, em Maputo, anunciou a AR.

O chefe de Estado pediu, numa comunicação à nação na quarta-feira, que as restrições face à covid-19 continuem a ser cumpridas mesmo com o fim do estado de emergência, que foi prorrogado por três vezes.

"Todas as medidas atualmente em vigor devem continuar a ser seguidas com a mesma alma e o mesmo vigor de sempre", disse, ao anunciar que ia enviar ao parlamento um relatório para depois serem tomadas decisões e definidas estratégias que deverão ser tornadas públicas numa nova comunicação à nação.

O primeiro-ministro cabo-verdiano vai hoje ao parlamento para o último debate sobre o estado da Nação da atual legislatura, inevitavelmente marcado pela maior crise económica vivida pelo arquipélago desde a independência.

O anual debate sobre o estado da Nação encerra, sempre no final de julho, o ano parlamentar, mas contrariamente à mensagem de 2019, que segundo o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, foi então de "otimismo e confiança", com sucessivos crescimentos económicos anuais acima dos 5%, a de 2020 será substancialmente diferente.

Em plena pandemia, Ulisses Correia e Silva, que assumiu o cargo de primeiro-ministro após as eleições legislativas de 2016, com a vitória do Movimento para a Democracia (MpD), já admitiu há algumas semanas que proteger a população da covid-19 é a prioridade: "Prefiro perder todas as eleições do que perder esta guerra contra o combate ao covid-19".

PAÍS

O Tribunal de Bragança lê hoje a sentença de dois antigos reclusos acusados de há seis anos burlarem o Estabelecimento Prisional de Izeda em compras no bar e na cantina, com prejuízos a rondar os 3.500 euros.

Os dois arguidos são acusados de se apoderarem da senha de acesso ao sistema informático e de fazerem carregamentos não autorizados em cartões de vários reclusos, sem o conhecimento dos mesmos, conseguindo desta forma aceder a "grandes quantidades de produtos" indevidamente, segundo o Ministério Público.

Os dois antigos presos, com idades entre os 43 e 45 anos, estão acusados de um crime de burla informática e 144 crimes de falsidade informática por factos praticados entre 20 de junho e 28 de agosto de 2014.

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