97 motoristas trabalharam durante uma greve que causou aglomerados nas paragens
A Horários do Funchal contou, em dia de greve, com a colaboração de 97 motoristas. A informação foi avançada pelo administrador da empresa de transportes públicos, Alejandro Gonçalves, esta tarde, em conferência de imprensa.
De acordo com o próprio, foram estipulados serviços mínimos, que envolviam 124 motoristas e 35 carreiras, e até ao momento, 97 motoristas trabalharam e ainda estão a trabalhar, ou seja, a taxa de adesão ao serviço foi de 78%, não comparecendo ao trabalho 22 profissionais. “A estes motoristas que compareceram e trabalharam o nosso reconhecimento e agradecimento”, vincou.
Horários do Funchal em greve: serviços mínimos garantem 35 carreiras até às 20h30
Apesar do aviso de greve por parte dos motoristas, a empresa de transportes públicos requisitou serviços mínimos. Ao longo desta quinta-feira vão estar operacionais 35 carreiras, mas não haverá autocarros para lá das 20h30
Em nome do Conselho de Administração dos Horários do Funchal, Alejandro Gonçalves apresentou à população em geral e aos clientes em particular, as suas “sinceras desculpas pelos transtornos causados ao longo do dia de hoje”, no entanto, reconheceu que “a greve é um direito dos trabalhadores”.
Como consequência desta paralisação, notou-se na baixa do Funchal grandes aglomerados nas paragens de autocarros, especialmente em hora de ponta. Visto que houve uma interrupção de carreiras entre as 14 e as 18 horas, foram muitos os que esperaram e amarelaram, esta quinta-feira, para regressar a casa.
“Também queremos lamentar e repudiar a campanha que foi feita para denegrir, não só a imagem dos motoristas desta casa, como de todos os funcionários. Ninguém o merece”, atirou o presidente da HF, que aproveitou para agradecer “a postura da generalidade dos colaboradores da empresa Companhia dos Carros de São Gonçalo, que cumpriram na integra todos os serviços que a empresa presta”.
“Por fim, convém esclarecer a comunicação social que, ao contrário do que esta a ser veiculado, aquilo que os motoristas pretendem já fora proposto pela empresa, ou seja, foi dada a garantia de que o subsídio de agente único não seria retirado, houvesse ou não cobrança. Contudo, convém também esclarecer que, ao contrário daquilo que dizem os sindicatos, a integração do subsídio no vencimento, acarretaria um custo anual de 500 mil euros, retirando ainda à empresa competitividade no mercado de turismo e de aluguer de veículos com condutor”, referiu Alejandro Gonçalves.
Em resumo, a Administração fez uma proposta clara, segundo a qual, no futuro, caso existissem situações legais que pudessem implicar a perda do pagamento do agente único, os motoristas continuariam a receber, sem que perdessem qualquer montante. Alejandro Gonçalves, administrador da Horários do Funchal
“Pela nossa parte, o compromisso que deixamos é de continuar a trabalhar em prol dos funchalenses e dos madeirenses, bem como de todos os trabalhadores da HF, não privilegiando uns em detrimento de outros”, concluiu.
Sindicatos foram recebidos por Pedro Calado
O vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, em representação do presidente do Governo Regional, e tendo em conta que o secretário regional de Economia se encontra em gozo de férias, recebeu, esta quinta-feira, dois representantes do Sindicato Nacional dos Motoristas, num encontro solicitado por estes, para que pudessem expor algumas questões ao executivo madeirense.
O encontro serviu, única e exclusivamente, para que os dirigentes da referida estrutura sindical "pudessem expor aquilo que pretendiam apresentar ao Governo Regional, que se mostrou sensível às questões apresentadas".
Independentemente do encontro com o vice-presidente do Governo Regional, o processo negocial entre esta estrutura sindical e a empresa Horários do Funchal será sempre mediado pela Secretaria Regional da Economia, que é quem tutela o sector dos transportes públicos na Região.