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Desporto

Programas de comentário clubístico na televisão postos em causa

SIC Notícias acabou com dois; a RTP alega "não ter" programas desportivos "ruidosos" e TVI remete decisão para fim da época

Apesar de serem considerados tóxicos, os programas desportivos da SIC foram os que mais audiências conquistaram em Julho

A RTP diz que "felizmente" não tem programas desportivos "ruidosos" e a TVI remete para o fim da época desportiva a decisão oficial sobre o tema, depois da SIC ter anunciado a suspensão de dois programas esta semana.

A SIC Notícias vai acabar com os programas de desporto "Play Off" e "O Dia Seguinte", que assentam em comentadores que representam clubes de futebol, devido à "toxicidade" criado à volta deste género, disse à Lusa na segunda-feira o diretor de informação da Impresa, Ricardo Costa.

O canal do grupo Impresa é o primeiro a decidir descontinuar este tipo de programas.

A TVI, que tem programas como "Livre e Direto" e o "Prolongamento", refere que tem a "decisão tomada há várias semanas e será oficialmente comunicada após o fim da época", que termina no próximo sábado com a final da Taça.

Fonte oficial da estação de Queluz recorda que tem "uma boa tradição de programas com outro registo, como o 'Mais Futebol'" e também "criou formatos como o 'Mais Transferências' ou o 'Mais Bastidores' que são hoje replicados em todo o mercado".

Adianta ainda que a nova equipa da direção de informação, liderada por Anselmo Crespo, que "começa formalmente a trabalhar a 01 de setembro, está a definir a oferta a partir da época 20/21".

Questionada sobre a decisão da SIC Notícias, a RTP diz que não tem "representantes dos clubes". "Sempre fomos nós a escolher os comentadores que entendemos adequados ao serviço público que prestamos", afirma a direção de informação da estação pública.

"Todas as estações preparam, por esta altura, as suas ofertas para a próxima temporada" e "identificarão os seus problemas, os seus interesses e responderão em conformidade", prossegue a RTP, que recorda que "há muito se decidiu terminar alguns formatos ligados ao futebol".

"Felizmente, não temos programas ruidosos e comprometidos nem comentadores 'tóxicos'. O que não impede alterações, mantendo o debate, o pluralismo e a civilidade, marcas de serviço público, que devemos honrar", refere a direção de informação da RTP.

"Não apostamos nem apostaremos em programas de diatribes, rumores ou insinuações", assegura.

Desde 2004, a RTP tem o programa "Trio D'Ataque", por onde passaram personalidades diversas da sociedade portuguesa e desde 2012 tem no ar a "Grande Área", com conhecidos treinadores e ex-jogadores.

Desde há cinco anos, conta ainda com o programa "Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio", que é "centrado nas grandes memórias do futebol português, recorrendo aos mais de 60 anos do arquivo RTP e a protagonistas que revivem esses momentos com um jornalista e um sociólogo do futebol".

A direção de informação da RTP salienta que trata o desporto e o futebol como outros domínios da vida pública.

"Gostamos de debate plural. Estamos atentos aos sinais da sociedade portuguesa, particularmente agora que atravessamos uma circunstância histórica única. Por isso, trabalhamos na renovação dos nossos formatos à luz dos valores do serviço público", remata a RTP.

Questionada também sobre o tema, fonte oficial da CMTV, do grupo Cofina, destaca que o canal "preza o debate, a democracia e o contraditório, seja no desporto, seja na política ou nas outras áreas da sociedade", considerando que "os seus programas de debate permitem a troca de ideias e de perspectivas diferenciadas" e que "promove esses debates com sucesso, tendo em conta a liderança clara de audiências, com frontalidade e não enganando o espetador".

"Os nossos espetadores sabem que os nossos comentadores se identificam com determinado clube, sabem que o seu olhar é o de adepto desse clube, numa dialética onde a síntese cabe ao espetador", afirmou fonte oficial à Lusa.

Fonte oficial da CMTV defendeu "ser mais saudável esta opção do que colocar jornalistas a debater temas em que, porventura, o espetador não tenha todo o conhecimento de que necessita para poder interpretar o que fica por de trás dos comentários".

Numa alusão à decisão anunciada pela SIC Notícias, fonte oficial do canal do grupo Cofina respondeu que "também a CMTV descontinuaria programas que continuadamente perdessem o seu horário", apontando que "os programas agora descontinuados registavam performances abaixo de 50% da conseguida pela CMTV com os seus formatos concorrentes".

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Sport TV disse que o canal tem dois programas - "Titulares" e "Aposta Tripla" - com adeptos dos 'três grandes', mas não representantes dos clubes.

"Ambos os programas têm como principal objetivo falar de futebol e fomentar o interesse na competição" e "não alimentar polémicas".

O "Titulares" está no ar desde agosto de 2016 e o "Aposta Tripla" desde março de 2017.

"O programa 'Titulares' vai ser interrompido apenas durante o defeso" e o "'Aposta Tripla' mantém-se, sem interrupções", adianta.

Programas desportivos da SIC foram os que mais audiências conquistaram em Julho

Os programas de comentário desportivo da SIC foram os que mais audiências conquistaram em julho, de acordo com uma análise da Universal McCann, agência de meios do grupo IPG Mediabrands, para a Lusa.

Na segunda-feira, a SIC Notícias anunciou que iria descontinuar os programas de desporto que assentam em comentadores que representam clubes "Play Off" e "Dia Seguinte", devido à "toxicidade" que se foi criando à volta deste género.

"Em julho de 2020, a maioria dos programas de comentário desportivo registou um aumento de audiências, alimentados por temas como a fase final do campeonato português, mudanças de treinadores, transferências de jogadores e casos judiciais de clubes", refere a análise.

Estes dados referem-se até 28 de julho e comparam com junho, altura em que o campeonato de futebol foi retomado.

A Universal McCann analisou os programas de comentário desportivo mais vistos na CMTV, TVI24, SIC Notícias e RTP3.

"Os programas de comentário desportivo da SIC foram os que mais audiências conquistaram neste último mês, sendo o 'Dia Seguinte' o programa que mais telespetadores conquistou (incremento de 41% na audiência média, superando a média acumulada de 2020 até ao momento)", adianta, seguindo-se o "Play Off", com um aumento de 36%.

A Universal McCann destaca ainda, em julho, o programa da RTP3 "Trio D'Ataque", que "também viu as suas audiências subirem mais 25%".

Já no sentido inverso, esteve o programa "'Prolongamento', da TVI 24, que caiu 24% face a junho", refere a análise das audiências.

Em 2019, o programa da CMTV "Golos" foi o mais visto do ano nesta tipologia, contando com uma audiência média de 166 mil telespetadores ao longo das suas 147 emissões (sem contar com repetições)", adianta a Universal McCann.

Relativamente a 2018, o programa registou um aumento de 29% na sua audiência média, sendo que o "mais visto do ano foi emitido em 18 de maio, altura em que, em média, mais de 349 mil telespetadores assistiram" ao "Golos".

Em 2019, "Pé em Riste" e "Liga D'Ouro", dois outros programas da CMTV, "completaram o 'top' dos mais vistos, aumentando também em 25% e 13%, respetivamente, a sua audiência média face ao ano anterior", aponta a agência de meios do grupo IPG Mediabrands.

Na quinta posição, em 2019, esteve o "Prolongamento", que conseguiu "manter, em média, cerca de 87 mil telespetadores colados à televisão ('share' de 2,4%)". Face ao ano anterior, registou uma quebra de 18% da audiência média.

Na SIC Notícias, o "Play Off" foi o programa mais visto do canal nesta tipologia: "O programa moderado por Paulo Garcia terminou o ano com uma audiência média de 78 mil telespetadores, a que correspondeu um 'share' de 2,1%". Relativamente a 2018, a quebra de audiência média foi de 8%.

Já o "Dia Seguinte" registou uma queda de 22% em audiência média no ano passado (registou, em média, cerca de 64 mil telespetadores a assistir o programa).

Na RTP3, o "Trio D'Ataque" e "Grande Área" foram os programas em análise "menos vistos, perdendo respetivamente 32% e 19% de audiência média face ao mesmo período do ano anterior".

Numa análise geral aos quatro canais - CMTV, RTP3, SIC Notícias e TVI24 -, destaque para o canal do grupo Cofina, "líder de audiências" em televisão paga.

"Em 2019, o canal registou uma audiência média de 80 mil telespectadores a que correspondeu um share de 4,1%. Entre os canais analisados, foi o único a registar um incremento de audiências face a 2018 (+16%)", refere a Universal McCann.

"O crescimento de audiências da estação de televisão da Cofina está alinhado com o crescimento das audiências dos programas de comentário desportivo do canal", acrescenta.

No entanto, este ano o paradigma de canais mudou este ano com a pandemia de covid-19.

"Todos os canais em análise registaram um incremento substancial de telespetadores face ao mesmo período de 2019 (01 janeiro a 28 de julho)", sendo que a "SIC Notícias foi o que mais cresceu e CMTV ultrapassou o patamar dos 100 mil telespetadores médios".

No que respeita apenas a julho, "assistiu-se a uma quebra generalizada de audiências nestes quatro canais".

A TVI24 (-9,5% da audiência média) e a CMTV (-8,9%) "foram os canais que mais telespetadores perderam face a junho deste ano", seguindo-se da SIC Notícias (-3,1%) e da RTP3 (-2,8%).

"Após um crescimento de audiências alavancado pela chegada da covid-19, os quatro canais analisados têm vindo a registar decréscimos de audiências, à medida que as medidas de desconfinamento vão avançando", conclui a Universal McCann, na sua análise.

Fim de programas desportivos ajuda a "esbater" saída de Cristina Ferreira da SIC

O fim dos programas de desporto com comentadores que representam clubes de futebol, um "formato que se desgastou", ajuda a SIC a "esbater" a saída de Cristina Ferreira, disse à Lusa Felisbela Lopes, investigadora e professora da Universidade do Minho.

"A SIC podia anunciar isto em finais de agosto, anunciou agora porque cria expectativa. Que significado tem isto? O impacto da notícia da saída de Cristina Ferreira para a TVI esbate-se". Felisbela Lopes

Felisbela Lopes, que foi co-autora de um trabalho académico sobre estes programas, referiu que esta questão tem de ser lida "com uma complexidade maior" e tendo em conta que se vive "um dos períodos de concorrência mais aguerrida entre a SIC e a TVI por causa da transferência de Cristina Ferreira".

Recordando a história destes programas, que começou nos anos 90, a investigadora referiu que este é "um formato que se desgastou pelo acumular dos anos e é uma oportunidade para a SIC criar aqui um marco disruptivo, em que ganha notoriedade relativamente à TVI. A história da televisão documenta que, ao nível de engenharia da programação, quem inova com qualidade ganha as apostas", salientou.

"Podemos ter o fim de programas com adeptos ligados aos clubes, mas vamos certamente ter programas com adeptos", referiu Felisbela Lopes, salientando que o que acaba são "programas com adeptos com ligação estreita às direções dos clubes de futebol".

"Depois de tantos anos passados, o formato merece uma renovação", defendeu Felisbela Lopes, referindo que estes programas têm causado muita "polémica" e "danos ao mundo do futebol".

No artigo que publicou sobre esta matéria, Felisbela Lopes deu conta de que estes programas, à data de publicação (2011), "constituem âncoras das grelhas dos três canais temáticos de informação, rivalizando entre si nos comentadores permanentes que conseguem fixar em estúdio".

"Uma linha sobressai neste trabalho: quem participa nestes programas é uma elite de comentadores que se apresentam como adeptos do Futebol Clube do Porto, do Sporting e do Benfica, mas que mais não são do que uma confraria do comentário do futebol que semanalmente contribui para a construção de um espaço público cada vez mais rarefeito em torno daquilo que se discute no futebol", salienta o artigo.

A argumentação da SIC Notícias

Em 27 de julho, a SIC Notícias disse que tinha decidido descontinuar os programas de desporto que assentam em comentadores que representam clubes, vulgarmente conhecidos como 'os três grandes' Benfica/Porto/Sporting, de acordo com declarações à Lusa do diretor de informação da Impresa, Ricardo Costa.

Os dois programas da grelha da SIC Notícias - "Play Off" e "Dia Seguinte" - terminam "na próxima semana", adiantou.

"Vamos ter um modelo diferente à segunda-feira e outro ao domingo, ainda estamos a reorganizar as grelhas", disse Ricardo Costa, quando questionado sobre que tipo de programas irá substituir o "Play Off" e o "Dia Seguinte".

"A pandemia podia ter ajudado a que os agentes do futebol percebessem bem a situação em que o futebol, como toda a sociedade se encontra, mas infelizmente não foi isso que aconteceu. Ou seja, o regresso do futebol voltou ainda pior do que estava antes em termos de guerra entre os clubes", salientou Ricardo Costa.

"Esse ambiente de toxicidade que se foi criando à volta deste tipo de programas, e para o qual contribui muito os próprios clubes e as suas máquinas de comunicação, coloca-nos perante uma situação de que chegou a altura de terminar este tipo de programas na SIC Notícias", explicou à Lusa o diretor de informação da Impresa.

Presidente da APAF "muito satisfeito" pelo fim dos programas de comentário

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) disse hoje à Lusa que a instituição fica "muito satisfeita" pela decisão de terminar com os programas de comentário desportivo na SIC.

Segundo Luciano Gonçalves, esta "é uma boa notícia para o futebol no seu todo, não só para a arbitragem", porque "este tipo de programas não estava a fazer bem ao futebol nacional".

"[Temos de] Dar os parabéns pela decisão e coragem às direções de informação dos canais que o fizeram ou venham a fazer", reforçou.

Segundo o dirigente, os programas incentivavam "ao ódio e violência" e pautavam-se pela "falta de ética e falta de respeito, pelos intervenientes diretos no programa e não só".

"Parece-me claramente, e é essa a minha leitura, que isto é um sinal. Parte da comunicação social já está a fazer um esforço para que se possa alterar este tipo de comportamento e ambiente. Cabe a todos os agentes, incluindo a arbitragem, conseguir alterar verdadeiramente o ambiente que só prejudica o futebol no seu todo", declarou.

Luciano Gonçalves deixa ainda críticas à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que "nada fez ao longo dos anos para que isto se alterasse". "Felizmente, esses canais deram esta resposta muito positiva", acrescentou.

Presidente da APCVD saúda decisão

O presidente da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) saudou hoje o fim de programas de comentário que "em nada privilegiam o ambiente desportivo salutar que se pretende".

À Lusa, Rodrigo Cavaleiro explicou que a autoridade a que preside "saúda esta decisão" da SIC e, segundo foi noticiado, da TVI em retirar os programas de comentário desportivo, com debate entre adeptos dos denominados 'três grandes'.

O tema já tinha sido debatido "há bastante tempo no grupo de trabalho para a violência", que envolve várias entidades e é liderado pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, tendo sido concluído que "a solução mais plausível poderia passar por uma certa concertação entre os vários grupos" de media em prol da "responsabilidade social".

"Saudamos esta decisão, porque se estes órgãos de comunicação social reconhecem algum caráter de toxicidade nestes programas, que têm promovido alguns confrontos que de facto em nada privilegiam o ambiente desportivo salutar que se pretende, e promovem a hostilidade entre principais rivais, inclusivamente também quando vem também de alguma forma deixar visível alguma instrumentalização que estes programas poderão ter por parte dos principais interessados, não podemos fazer outra coisa se não saudar a decisão, assumindo aquilo que os canais viram como a sua responsabilidade social", considerou Rodrigo Cavaleiro.

O dirigente relembrou, ainda assim, que "há ainda outros canais que têm programas na mesma linha" e que "o que está aqui em causa é a necessária mudança de mentalidades".

O efeito destes programas "vai permanecer ainda durante muito tempo", lembrando iniciativas como o Plano Nacional para a Ética no Desporto, através de vários "prémios por bons exemplos de desportivismo", que visam a "valorização dos melhores valores que o desporto pode oferecer".

"São coisas que devem ser vistas como tendo efeitos a médio e longo prazo. Alguns destes programas terminarem não significa que alguns efeitos dessa toxicidade associada não permaneçam durante algum tempo. Vai levar ainda bastante tempo a que essas mudanças sejam visíveis, mas é um caminho que se está a percorrer e que se deve saudar", completou.

O presidente da autoridade, implementada pelo Governo em setembro de 2019, avisa que "tudo o que tem mais visibilidade e mediatização" acaba por influenciar mais "os mais jovens", pelo que é de redobrada importância "conseguir desde muito cedo transmitir os bons valores do desporto" e "limitar a vertente do confronto apenas à competição propriamente dita".

"É nesse sentido que o desporto deve ser protegido, e não permitindo que seja um pretexto para se trazer de forma mais visível tudo o que são maus princípios de vida, as intolerâncias e a falta de respeito pelo próximo. (...) Transformar hostilidade em hospitalidade", acrescentou.

Programas de comentário apresentavam "indicadores de agressividade"

A psicóloga Ana Bispo Ramires disse hoje à Lusa que os programas de comentário desportivo, que a SIC anunciou ir descontinuar, apresentavam "indicadores de alguma agressividade verbal e não verbal".

"Aquilo que observamos [nesses programas], muitas vezes, tem que ver com uma grande exaltação verbal, comportamental, que são indicadores de alguma agressividade verbal e não verbal, e que eram tidos como aceitáveis dentro deste tipo de programas", explicou a especialista em psicologia do desporto.

Segundo a psicóloga, estes programas serviam como outras figuras públicas ou jornais que "alimentam essa discussão", que dão "palco a este tipo de comportamentos, que se caracterizam por níveis de agressividade mais elevados", o que acontece é que estes estão a ser "legitimados".

"O desporto em si defende o fair-play, que é exigido aos atletas. É muito importante que todas as estruturas, nomeadamente todos os agentes que com ele se relacionam possam assumir este fair-play. Eu diria que este era um tipo de formato televisivo que já há algum tempo pedia que fosse reformulado e revisto", acrescentou.

Estes comportamentos perdem assim o palco que lhes permite chegar aos adeptos, ainda que isso não queira dizer "que não continuem a existir noutros palcos, outro tipo de contextos de debate", mas é assim passada a mensagem "de que não se está a ser conivente, que é bastante importante".

"Uma vez mais, o desporto está a dar uma mensagem para a sociedade geral, para a sociedade que o assiste. Está a dar um exemplo do que podemos fazer e temos coragem de fazer. Porque este tipo de comportamento vemo-lo em outros contextos. É sempre de louvar que surjam iniciativas destas que possam inspirar outros contextos e situações a seguir o exemplo", afirmou Ana Bispo Ramires.

Se este tipo de debates e confrontos existiam na televisão "porque a sociedade assim o permite e valida", a eliminação desses conteúdos é um sinal, indicou, ainda que a redução deste tipo de "discussões acesas" tenha de "começar em casa, dando apoio a famílias, escolas e até outros contextos, como empresas".

O objetivo, afiançou a psicóloga, seria o de "eliminar este tipo de comportamento". "Só nos traz problemas enquanto comunidade", atirou.

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