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Autonomia, palavras gastas e gente que falta à verdade

Futuro obriga e exige uma Autonomia com mais poderes e com maior capacidade de resposta

As dificuldades sentidas, ao longo dos últimos meses e ao enfrentarmos uma crise sanitária e económica sem precedentes, deixaram evidente que a singularidade político-constitucional reconhecida ao povo Madeirense – pese embora a sua feliz e determinante evolução – está ainda longe de satisfazer aspirações que são legítimas e que devem ser atendidas. Sobretudo quando a nossa população mais precisa.

O mesmo é dizer que a Autonomia que defendemos não é nem pode ser uma condição que nos prejudique, que nos impeça de seguir em frente ou que nos fragilize, nos momentos mais cruciais como este que atualmente vivemos.

Infelizmente, voltamos a sentir na pele a antítese do que há muito defendemos.

Voltamos a ter de suportar, sozinhos, uma crise à escala mundial que nos abalou a todos os níveis e que, nem assim, fez acordar o Governo da República para uma responsabilidade que, vergonhosamente, teima em esquecer quanto às suas Regiões Autónomas.

Cansa esta tentativa camuflada de diariamente fazer com que a Madeira fique para trás. Cansa esta tremenda falta de solidariedade e de respeito não para com o Governo Regional – a essa já estamos habituados – mas para com os nossos cidadãos, tão portugueses quanto quaisquer outros, cujos direitos não devem ser postos em causa por aqui viverem, bem pelo contrário. Assim como cansa a narrativa da falta de diálogo usada por aqueles que nem sequer conseguem influenciar o seu Partido, a nível nacional, a votar a favor da Madeira, quanto mais resolver seja lá o que for.

Um cansaço que vencemos sempre que olhamos para o futuro e para uma luta que se faz no dia-a-dia, em prol da nossa população e de uma terra que soubemos e que continuamos a saber construir.

E é esse futuro, o nosso futuro, que obriga e exige uma Autonomia com mais poderes e com maior capacidade de resposta. Uma Autonomia que não se compadece com a falta de tempo de quem, do lado de lá, nada diz ou faz, ignorando, de forma descarada e há largos meses, reivindicações que precisavam de ter sido atendidas no imediato.

Uma Autonomia que não é conciliável com a postura daqueles que confundem sentido de Estado com questões político-partidárias. Que exige seriedade, responsabilidade e atenção. Acima de tudo, uma Autonomia que garanta, em todas e quaisquer circunstâncias, a defesa da Madeira e dos nossos interesses.

E é disso que não desistimos. Nunca.

Mesmo que contrariando a vontade daqueles que, nem nos piores momentos, souberam estar ao lado da Madeira e dos Madeirenses. De todos nós.

Mesmo que combatendo os que continuam a apregoar os mesmos “chavões” de sempre, os que nada fazem a não ser repetir os mesmos discursos e aflorar as mesmas palavras gastas que só servem para deitar abaixo o que de bom se faz – o que de muito bom se faz – nesta terra que nos orgulha e pelas mãos de um povo que a tudo resiste.

Sim, isso mesmo. Aqueles que nem uma única ideia válida souberam trazer ao de cima nestes largos meses difíceis que atravessamos. Os que se limitaram a dizer mal por dizer e a criticar sem fundamento, reduzindo-se, pelo contrário, a um silêncio enternecido sempre que estava causa a República contra a Madeira, numa vassalagem a António Costa que já nem se disfarça, mesmo quando este se recusa a ouvir ou a sequer cumprir com o que lhe compete. Na qualidade de Primeiro-Ministro, leia-se, porque na qualidade de Presidente do PS, tudo o que foi dito ficou por cumprir. Até hoje.

Um silêncio e uma cumplicidade que revoltam qualquer madeirense que se preze, por parte de um Partido que, na Região, nada diz ou faz quando vê um Ministro, da sua cor política, mentir, descaradamente, na Assembleia da República, apenas e tão só para não aprovar a moratória do PAEF, entretanto já ultrapassada, também graças ao desmentido que a Comissão Europeia se prontificou a fazer.

E é isto que envergonha. Vermos que aqueles que nos acusam de colocar Madeirenses contra Madeirenses são os primeiros a compactuar com este tipo de ataques institucionais e com esta falta de resposta que, não fosse o Governo Regional, teria colocado em causa o bem-estar e qualidade de vida de milhares e milhares de madeirenses.

Vermos os que apelam a consensos serem os primeiros a sabotar os nossos interesses e a denegrir a imagem dos que, sozinhos, fizeram tudo o que podiam para que a Madeira chegasse, ao dia de hoje, sendo reconhecidamente exemplo nacional e internacional pela forma como lidou com esta pandemia. E continua a lidar.

E é desta gente, que falta à verdade, que consente o abuso de poder e que nada traz de novo, que a Madeira, decididamente, não precisa. Por mais propaganda que se faça, por mais cosmética que se use e por mais adereços que se coloquem, é disto que não precisamos nem vamos precisar, até porque ninguém confia naqueles que não sabem o que querem nem muito menos o que fazer pelo futuro dos nossos filhos e netos.

Não, decididamente não. Há que ter rumo. Coerência. Verticalidade.

A base que nós, PSD, temos, há mais de quatro décadas. E que teremos, por muitas mais.

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