PS solicita parecer independente de avaliação ao risco de incêndio
Foi hoje aprovada por unanimidade, no âmbito da Comissão Permanente dos Recursos Naturais e Ambiente, a subida a plenário, na próxima sessão legislativa, um Projecto de Resolução da autoria do PS, que "Recomenda ao Governo Regional que solicite ao Observatório Técnico Independente para os Incêndios, uma avaliação das vulnerabilidades da floresta regional e riscos associados que comprometem a segurança do território e da população".
Na opinião do grupo parlamentar do PS:
"O estado das serras da Região, com a acumulação de matéria combustível e a crise do território, agravada pelo abandono das terras de cultivo, a falta de aproveitamento dos recursos florestais e o abandono de determinadas actividades tradicionais, como a silvo-pastorícia, que reduziam a biomassa, com o controlo de mato das nossas serras, aumentam o risco de propagação dos incêndios rurais. No entanto, a Região recusa encarar a essência do problema – a vulnerabilidade do território à propagação do fogo – e atribui demasiada importância às ignições, ao combate e negligencia a prevenção".
Para os socialistas, "o actual modelo de gestão florestal regional descura que numa paisagem altamente combustível, a facilidade de propagação é tremenda e o dia fatídico, por mais meios de combate que tenha, inevitavelmente chega, sendo que tais meios serão certamente insuficientes".
Com base nesta constatação - e, recordando que a nível nacional desde 2017 que existe o Observatório Técnico Independente, cuja missão consiste em proceder a uma avaliação independente dos incêndios florestais e rurais - o PS justifica a sua proposta, alertando que:
"O território regional está actualmente bastante vulnerável à ocorrência de incêndios e que o risco tende a agravar-se como resultado das mudanças na paisagem e das alterações climáticas em curso".
O grupo parlamentar do PS diz ainda que "a Região não pode acomodar-se no que se encontra já feito" e "deve, antes, concentrar-se no muito que está ainda por fazer e, humildemente, solicitar uma análise independente e o necessário apoio especializado para corrigir erros e afinar estratégias, de modo a diminuir a severidade dos incêndios que sempre irão ocorrer, mas cujos impactos se podem atenuar".
"Esperava-se, tal como veio a acontecer, um mês de Junho fácil, devido à humidade do solo resultante duma primavera chuvosa, mas as previsões de tempo seco e quente nos próximos meses e a acumulação de carga combustível no território rural e à volta das cidades alertam-nos para o agravamento do risco de incêndio, sendo fundamental o reconhecimento da necessidade de uma mudança estrutural da nossa floresta, uma mudança que a torne mais resiliente. Constitui dever das entidades oficiais, mediante mobilização de todos os meios ao seu alcance, trabalhar em cooperação, com o objectivo de tornar o território mais seguro", conclui a nota assinada pela deputada Sílvia Silva.