Manifestantes em Oakland (EUA) incendeiam tribunal e atacam esquadra
Começou por ser pacífica mas rapidamente degenerou em distúrbios e vandalismo
Manifestantes pró-justiça racial incendiaram este domingo um tribunal e vandalizaram uma esquadra da polícia em Oakland, anunciaram as autoridades daquela cidade do estado norte-americano da Califórnia.
Cerca de 700 pessoas concentraram-se num protesto que começou por ser pacífico na noite de sábado, mas alguns dos manifestantes separaram-se do grupo principal e começaram a partir janelas, pintaram paredes com latas de tinta e apontaram ponteiros 'laser' aos olhos de agentes da polícia, afirmou o porta-voz da polícia da Oakland, Johnna Watson.
Vários fogos postos deflagraram na baixa da cidade, incluindo um no Tribunal Superior de Alameda, que foi rapidamente controlado. Os manifestantes lançaram pedras, balões de tinta e garrafas cheias de água congelada para partir as janelas do tribunal, edifícios federais e uma esquadra numa noite violenta que contrastou com os protestos pacíficos que se têm verificado naquela cidade nas últimas semanas, acrescentou.
"Isto foi diferente", afirmou Watson, acrescentando que "este grupo de manifestantes tinha intenções específicas". A polícia fez várias detenções, mas não houve feridos entre os manifestantes ou entre os agentes da autoridade.
A porta-voz da polícia afirmou que as autoridades apelaram aos manifestantes para dispersarem, o que estes fizeram, mas acabaram por voltar.
"A cidade garante lugares seguros para manifestações, para marchas e para protestos", referiu Johnna Watson, salientando que "quando há violência contra a polícia, isso é perigoso para toda a gente".
A presidente da câmara de Oakland, Libby Schaaf, avisou os habitantes que a violência e o vandalismo poderiam servir ao Presidente, Donald Trump, como pretexto para enviar agentes federais para aquela cidade -- como já aconteceu em Portland, no estado de Oregon -, uma proposta que a autarca recusou.
"Saudamos os protestos, mas os habitantes de Oakland precisam de saber que quando participam em manifestações noturnas, podem estar a dar cobertura a agitadores que estão mais interessados em provocar distúrbios do que em avançar a causa da justiça racial", salientou Libby Schaaf.