Coreia do Norte regista primeiro caso suspeito de coronavírus
Sete meses depois do início da pandemia, esse possível caso levou ao declarar de estado de emergência máxima
Um primeiro caso "suspeito" de coronavírus foi hoje identificado na Coreia do Norte, que entrou em um estado de "emergência máxima", avançou ontem a agência oficial do regime de Pyongyang, KCNA.
Em causa está uma pessoa que "retornou em 19 de julho depois de cruzar ilegalmente a linha de demarcação", que serve de fronteira com a Coreia do Sul, segundo a KCNA.
Pyongyang garantiu que não há nenhum caso de coronavírus e que as fronteiras do país permaneciam fechadas.
No início do mês, os jornais da Coreia do Norte referiam que o líder Kim Jong Un tinha apelado à cúpula do partido para se manter alerta contra o coronavírus, avisando que a complacência poderia conduzir a "riscos inimagináveis e a uma crise irrecuperável".
Apesar do apelo, Kim reafirmou que a Coreia do Norte não registava um único caso de covid-19 acrescentando que o país "impediu completamente a invasão do vírus maligno" apesar da crise sanitária que se regista em todo o mundo.
A nível global, muitos especialistas já demonstraram sérias dúvidas sobre a situação da pandemia na Coreia do Norte devido à proximidade da República Popular da China, onde a doença teve origem, e por causa das infraestruturas sanitárias precárias do país.
A Coreia do Norte encerrou as fronteiras no princípio do ano, proibiu a entrada de turistas e mobilizou os profissionais de saúde a imporem quarentena (14 dias) a todos os cidadãos que apresentassem sintomas da doença.
Para muitos observadores, o recente confinamento do país atingiu fortemente a economia da Coreia do Norte seriamente afetada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos por causa do programa nuclear.
A pandemia de covid-19 já provocou cerca de 640 mil mortos e infetou mais de 15,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.