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Delegação da Noruega visita Caracas

A oposição recusa retomar diálogo

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Foto Shutterstock

Uma delegação da Noruega chega à Venezuela nas próximas horas para conhecer a situação política e humanitária do país, anunciou hoje a oposição, reiterando que não vai retomar o diálogo com o Governo do Presidente, Nicolás Maduro.

"Informamos a opinião pública nacional e internacional que fomos contactados por representantes do Governo do Reino da Noruega para nos informar que planeiam chegar ao país nas próximas horas, sem uma agenda prévia", refere um comunicado divulgado pela equipa de trabalho do líder opositor Juan Guaidó.

O documento adianta que a oposição "foi informada de que a intenção da visita é conhecer a situação atual do país, desde o ponto de vista político ao humanitário".

"Reiteramos que o processo de mediação realizado pelo Reino da Noruega terminou no ano passado, quando a ditadura se recusou a realizar eleições presidenciais e parlamentares livres e justas", lê-se no documento,

A oposição diz ainda que "não há, neste momento, nenhum processo de negociação", reafirmando à delegação norueguesa que "só eleições livres e justas são a solução para a crise e não processos fraudulentos com um Conselho Nacional Eleitoral ilegítimo".

A divulgação do comunicado é justificada pela "transparência, principal bandeira" da gestão da oposição em relação à Venezuela.

Em 2019, a Noruega mediou várias reuniões entre representantes do Governo de Nicolás Maduro e da oposição, no âmbito de um processo de negociação a pedido do executivo venezuelano, para encontrar soluções para crise política, económica e social que afeta o país.

Em agosto, a delegação do Governo venezuelano abandonou a mesa de diálogo, depois de Nicolás Maduro acusar a oposição de responsabilidade nas sanções impostas pelos Estados Unidos contra funcionários do Governo de Caracas e empresas, incluindo a empresa estatal Petróleos da Venezuela.

O Governo venezuelano acusou ainda a oposição de querer "entregar" o território Esequibo, em disputa com a vizinha Guiana, onde se encontram importantes jazidas de petróleo.

Após a rutura do diálogo, o Governo venezuelano iniciou conversações com representantes de pequenos partidos opositores, tendo chegado a um acordo para renovar o Conselho Nacional Eleitoral face às eleições legislativas previstas para o próximo dia 06 de dezembro.

Em janeiro último, uma delegação do Governo da Noruega esteve em Caracas, mas a oposição negou-se a retomar o diálogo.

Já o mês passado, o Governo venezuelano anunciou que tinha mantido quase duas dezenas de reuniões com o setor opositor liderado por Juan Guaidó, no âmbito de um novo processo de diálogo. Maduro terá participado em duas dessas reuniões.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), o opositor Juan Guaidó, jurou assumir publicamente as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres.

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