Ouvir para decidir qual a melhor forma de recuperação da economia
Conselho Consultivo de Economia começou hoje a recolher contributos para o PERAM, numa reunião que decorreu no Parlamento
O Conselho Consultivo de Economia, órgão independente criado pelo secretário regional de Economia, Rui Barreto, e com direção executiva a cargo da ex-presidente da ACIF e empresária, Cristina Pedra, iniciou hoje um ciclo de reuniões sectoriais que decorrem no salão nobre da Assembleia Legislativa da Madeira e que teve como anfitrião o presidente do Parlamento, José Manuel Rodrigues. Os três deram o mote para estas reuniões de trabalho que decorrem até 29 de Julho, sempre mesmo local.
A iniciativa promovida pelo CCE, intitulada “Ouvir para Decidir”, conta com um programa vasto, com vista à recolha de contributos das diversas associações empresariais regionais, organismos e departamentos governamentais de todos os sectores da Economia, bem como dos empresários que queiram participar e com isso dar o seu contributo para o PERAM – Programa de Recuperação da Economia da Região Autónoma da Madeira.
O secretário regional de Economia é quem tem a responsabilidade de preparar o PERAM, um documento que tem como principal objetivo debelar os efeitos negativos que a pandemia provocou em todos os sectores da economia regional, promovendo uma progressiva normalização da vida económica e social, e potenciando um novo modelo de desenvolvimento económico. Este plano, de natureza estratégica, incluirá intervenções dos diferentes sectores da economia e atores públicos e privados, procurando envolver as diversas associações empresariais, ordens profissionais, o poder local, os sindicatos, os partidos e os empresários que, neste ciclo de reuniões, terão oportunidade dar o seu contributo.
Na sua intervenção de abertura, o secretário regional de Economia começou por recordar que uma das evidências que a pandemia que atravessamos tem mostrado é que “não podemos, em circunstância alguma, ceder ao conformismo, ao imobilismo e às verdades feitas”. “Nada na economia é um dado adquirido, nada nas nossas sociedades é um dado adquirido”, sublinhou, “pois bastou um pequeno ser vivo para fechar fronteiras que eram espaços abertos, parando camiões, aviões e navios”, e continuou, “para deitar por terra previsões e projeções que eram confundidas com certezas, para virar modelos e gráficos do avesso, para baralhar as contas, para semear a confusão em planos que eram certos, para confundir estilos de vida, para mudar teorias e para criar outras novas. Para mudar o mundo tal como o conhecíamos ou pelo menos tal como achávamos que o conhecíamos”.
Citando o sociólogo António Barreto, o secretário regional, que agora tem o peso da responsabilidade de recuperar uma economia em recessão, lembrou que as crises são “doenças que devem ser, em primeiro lugar, tratadas”, comprometendo-se logo de seguida, em nome do Governo, a dar continuidade ao bom trabalho que vem sendo feito pelo Executivo regional desde o início da pandemia.
E foi precisamente para tratar a economia que Rui Barreto iniciou este ciclo de reuniões cujo “objetivo do Conselho Consultivo de Economia é fazer perguntas e colectar respostas”, afirmou. “Fazer perguntas a outros agentes políticos, como os partidos e os nossos autarcas. Fazer perguntas às ordens profissionais, às associações empresariais, às empresas e aos trabalhadores representados pelos sindicatos”.
No final da sua intervenção, Barreto lançou o repto “o caminho que conduzirá ao plano deve ser traçado em conjunto, não sendo responsabilidade exclusiva do Governo Regional. Deve ser trilhado por todos os agentes com responsabilidade. Trabalhemos em conjunto para criar um programa de recuperação da nossa economia”, uma tarefa que se avizinha “dura e árdua”, garante, mas o Governo, através do Conselho Consultivo de Economia, está disposto a ouvir e esse é o propósito deste ciclo de reuniões, ouvir todos.