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Justiça

Quando as notícias nos dão conta das graves acusações que enfrentam alguns dos arguidos de colarinho branco (ACB) nos processos judiciais mais mediáticos da atualidade que vão desde corrupção, branqueamento de capitais até associação criminosa, começam a aparecer nos media alguns “influencers” preocupados com o que dizem ser “excessos justiceiros” do Ministério Público e/ou dos Juízes de Instrução. É interessante ver que este zelo repentino com esses “excessos justiceiros” surge não porque a opinião pública tenha essa perceção da atuação dos Orgãos de Justiça, antes pelo contrário, mas por envolver ACB altamente colocados a nível social, empresarial e financeiro, o que fazia deles em tempos não muito recuados uma espécie de “inimputáveis” fora da alçada da Justiça. Mais interessante é constatar que estes ACB, ao contrário da maioria dos cidadãos do País a contas com a Justiça, têm a assistência jurídica dos mais conceituados advogados e firmas de advocacia com recursos que lhes garantem a melhor defesa dos seus legítimos direitos. As investigações das autoridades judiciais aos eventuais crimes praticados pelos ACB, devido à sua complexidade e à teia de “disfarces” utilizados pelos seus mentores e cúmplices para deixar o mínimo rasto possível da sua atividade criminosa, são infelizmente demasiado demoradas e custam muito caro ao erário público. As críticas de alguns políticos à lentidão da Justiça neste tipo de casos judiciais são hipócritas já que não só à Justiça mas à Saúde e a outros setores do Estado foram negados meios em face do desinvestimento público dos governos PS que governaram Portugal em 19 dos últimos 25 anos, à conta de muitas promessas inscritas nos OE mas nunca concretizadas, como aconteceu nos últimos 4 anos já com o apoio de BE e PCP. Seria bom uma Justiça mais célere, mas tal só será viável com outros protagonistas políticos a governar-nos que deixem de nos ludibriar com a propaganda das promessas e planos que nunca são levados à prática.

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