Boris Johnson e Mike Pompeo discutem colaboração transatlântica nas tecnologias
A necessidade de colaboração transatlântica nas telecomunicações e cibersegurança foi, esta terça-feira, abordada num encontro, em Londres, entre o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
Numa reunião onde esteve também o ministro dos Negócios estrangeiros, Dominic Raab, os três falaram sobre a "importância de os países da Cinco Olhos [aliança entre cinco países anglófonos - Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Nova Zelândia] adotarem uma abordagem ambiciosa para trabalharem juntos nas tecnologias do futuro".
O Reino Unido anunciou na semana passada que operadoras de telemóvel britânicas vão ter de remover todo o equipamento da empresa chinesa Huawei usado na infraestrutura de telecomunicações 5G até ao final de 2027, resultado da pressão dos EUA.
Austrália e Nova Zelândia, outros dos dois membros da aliança de cooperação ao nível de serviços de informações de segurança, já tinham tomado medidas no mesmo sentido, enquanto que o Canadá ainda não tomou uma decisão.
Os EUA alegam que a Huawei representa uma ameaça porque é demasiado próxima do Estado chinês, que poderia intercetar a informação transmitida na rede 5G.
Na semana passada também, o Centro Nacional de Cibersegurança britânico (NCSC), em coordenação com autoridades dos EUA e Canadá, acusou hoje a Rússia de estar a tentar roubar informação a cientistas dos três países que estão a trabalhar numa vacina contra a covid-19.
Segundo um comunicado emitido pelo gabinete do chefe de Governo britânico, "falaram sobre questões comuns de segurança global e política externa, incluindo as ações da China em Hong Kong e Xinjiang, a situação no Irão e o Processo de Paz no Oriente Médio".
Os outros países da aliança apoiaram o Reino Unido na condenação à nova lei de segurança em Hong Kong, que pune com prisão perpétua "atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras".
Pompeu confirmou, através da rede social Twitter, que a visita a Londres foi "construtiva" e que a forte relação anglo-americana permitiu uma "conversa franca sobre questões desde as telecomunicações 5G até às negociações para um acordo de comércio EUA-Reino Unido".
Também Boris Johnson invocou a "relação especial" e "estreita parceria" entre os EUA e o Reino Unido para defender um "forte Acordo de Comércio" entre os dois países.
O primeiro-ministro britânico aproveitou ainda para insistir na extradição Anna Sacoolas, a mulher de um diplomata norte-americano acusada de ter causado a morte de um jovem britânico no Reino Unido em agosto passado.
A Interpol emitiu um pedido de detenção internacional a pedido das autoridades britânicas.
Johnson "disse que existe um forte sentimento entre a população do Reino Unido de que a justiça deve ser feita".