Albuquerque promete rédea curta ao Rali Vinho Madeira
Presidente do Governo Regional disse esta tarde que "não podemos correr riscos por causa de comportamentos irresponsáveis tomados por meia dúzia de pessoas", reparo proferido em alusão à enchente na Calheta, neste último fim-de-semana.
A prova rainha do automobilismo madeirense, que vai para a estrada entre os dias 6 e 8 de Agosto, contará com uma fiscalização mais apertada junto do público. A garantia foi deixada hoje pelo presidente do Governo Regional, depois do que se verificou, no último fim-de-semana, na Calheta, onde centenas de adeptos da força motriz não respeitaram as normas de distanciamento, higiene e segurança.
Em alusão a este tema, que deu muito falatório nas redes sociais, Miguel Albuquerque, que visitou esta tarde o Banco Alimentar da Madeira por ocasião do 8.º aniversário desta IPSS, vincou que "não podemos correr riscos por causa de comportamentos irresponsáveis tomados por meia dúzia de pessoas", por isso reforçou que "o rali ou qualquer outro evento não vai colocar em causa a saúde pública da Madeira". O chefe do executivo disse ainda que não se opõe à realização do Rali Vinho Madeira, mas "as pessoas têm de cumprir com aquilo que é prioritário", por outras palavras "tudo pode ser feito, desde que seja feito com regras".
O assunto que dominou a visita de Albuquerque a esta Instituição pautou-se pelo tema que tem gerado mais discussão na sociedade madeirense. Em relação ao que se passou na Calheta, o presidente do Governo Regional assumiu que “o corpo médico teve o cuidado de ir alertando um conjunto de pessoas que estavam a assistir ao rali para o uso das máscaras e para o distanciamento social”, mas “infelizmente”, houve outros fãs, “não muitos, que não cumpriram”.
“Acho que é importante dizer – e eu já disse isto – que isto não é para brincadeiras. Temos de controlar e conter qualquer surto pandémico na Região e vamos ser muito rigorosos. Ainda por cima, com a reabertura das escolas, vai ser fundamental manter os comportamentos e, independentemente disso, vamos continuar a autuar. Quero chamar a atenção que o que se passou nos bares já está a ser controlado pela PSP e GNR. E o Governo está com a PSP e GNR. As normas têm de ser cumpridas. É a nossa saúde pública e não vamos brincar. Infelizmente, há pessoas que acham que estamos numa situação de normalidade”, atirou Albuquerque, indicando posteriormente que vai reunir com a direcção do Rali Vinho Madeira.
Bares a fechar e PSP a multar e rebocar carros no Funchal
A Polícia de Segurança Pública (PSP) ordenou o encerramento de pelo menos dois bares, no Funchal, e rebocou diversas viaturas estacionadas em paragens de autocarro na Avenida do Mar. Multas de trânsito por estacionamento irregular também foram aplicadas em carros estacionados perto da Zona Velha da cidade
“Nós vamos falar com a direcção do rali e temos de acentuar um exercício de fiscalização maior. Se algumas pessoas não percebem o que está em jogo… Ninguém vai andar aqui com cassetete atrás das pessoas. As pessoas mais novas, aquelas que têm mais entusiasmo e que se querem divertir, têm de perceber que têm de manter as regras de distanciamento. Não podem estar uns em cima dos outros. Quero dizer que não tenho problemas nenhuns em tomar as medidas que forem precisas tomar. O que eu não quero é voltar a fechar isto, porque não quero entrar numa situação de catástrofe social”, referiu ainda.
E o mesmo acontece com os bares. “As pessoas podem ir, porque fecham às 2 da manhã, e podem se divertir. Têm é de manter o distanciamento social. Não estamos a perseguir ninguém é preciso haver responsabilidade e bom-senso”, concluiu.
Governo Regional vai assumir a renda do armazém
O Banco Alimentar da Madeira - Mão Solidária, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), assinalou esta segunda-feira o 8.º aniversário, precisamente no armazém por onde passam todos os alimentos que depois são canalizados para famílias e pessoas em situação de maior vulnerabilidade.
A propósito das comemorações, Miguel Albuquerque levou um presente que já está patente no Orçamento Suplementar: o Governo Regional passa a assumir a renda do espaço localizado acima do campo do Andorinha, em Santo António, e que até agora estava cedido por um conjunto de empresários, a título gratuito.
“A nossa função é garantir que o Banco Alimentar continue a funcionar, por isso é que no Orçamento Suplementar existe o compromisso para arrendar o armazém, um armazém de um conjunto de empresários que o emprestaram ao Banco Alimentar”, elucidou o presidente do Governo Regional, que agora vai assumir as despesas “porque não é possível continuar a pedir aos empresários para continuarem a ceder” a infra-estrutura a título gratuito. “Vamos garantir que esta instituição, que funciona muito do voluntariado, continue a ser atractiva para o exercício da solidariedade e da inclusão, na Região”, mencionou.
Esta crise pandémica veio acentuar os problemas sociais e a vulnerabilidade das famílias, mesmo aquelas de classe média. Evidentemente temos suprido esta situação de duas maneiras. Por um lado, garantindo injecções maciças de capital, na actual situação, para garantir a empregabilidade e o rendimento das pessoas. Por outro, garantindo os apoios através das instituições que funcionam em rede, como as IPSS. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira
Duas toneladas por dia
A presidente desta IPSS, Fátima Aveiro, indicou que o Banco Alimentar recebe, diariamente, cerca de duas toneladas de comida proveniente da sua rede de parceiros, onde se incluem diversos supermercados e empresas de distribuição. Todos estes alimentos são depois canalizados para os concelhos da Região.
Fátima Aveiro assumiu também que os tempos que se avizinham "carecem de mais apoio" e lembrou o projecto das mercearias sociais, implementado em alguns bairros da Madeira. Destacou igualmente as 14 toneladas de alimentos que o Banco distribuiu num só dia, na altura do confinamento, e endereçou uma palavra de carinho às pessoas que sofrem de doenças mentais e que vão ali ajudar "sem reclamar".