EUA tentam apreender navios-tanque que transportam gasolina do Irão rumo à Venezuela
Procuradores dos Estados Unidos estão a tentar apreender quatro navios-tanque que navegam em direção à Venezuela com gasolina fornecida pelo Irão, para quebrar os laços comerciais entre estes dois países inimigos dos norte-americanos.
O Governo dos EUA tem aumentado a pressão sobre os armadores, para que cumpram as sanções económicas contra os inimigos dos norte-americanos, incluindo a Coreia do Norte, o Irão e a Venezuela.
A denúncia de confisco civil dos quatro navios-tanque foi apresentada na quarta-feira e alega que a venda da gasolina foi organizada pelo empresário Mahmoud Madanipour, com ligações à Guarda Revolucionária do Irão, que os EUA consideram ser uma organização terrorista.
"Os lucros destas atividades apoiam todo o género de atividades nefastas da Guarda Revolucionária do Irão, incluindo a proliferação de armas de destruição maciça e os seus meios de entrega, apoio a terrorismo e várias violações dos direitos humanos", dizem os procuradores.
Perante o boicote da comunidade internacional, com sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, o Governo venezuelano do Presidente Nicolas Maduro tem procurado o apoio do Irão, no fornecimento de bens essenciais.
Em maio, Maduro comemorou a chegada de cinco navios-tanque iranianos que forneceram suprimentos de combustível, essencial para alimentar a capital da Venezuela.
Apesar de ter uma das maiores reservas petrolíferas do mundo, a Venezuela não produz gasolina refinada suficiente para o mercado interno e viu a sua produção de petróleo cair para níveis mínimos recorde em sete décadas, perante as sanções económicas.
"Somos duas nações rebeldes, duas nações revolucionárias, que nunca se ajoelharão perante o imperialismo dos EUA", disse Maduro, em maio, quando da chegada dos cinco navios-tanque.
A chegada dessa flotilha irritou o Presidente norte-americano, Donald Trump, que reagiu com sanções aos cinco capitães desses navios.
Os quatro navios-tanque que são mencionados na denúncia entregue esta semana junto das autoridades dos Estados Unidos transportam 1,1 milhões de barris de gasolina.
Dos quatro, o "Bela" está atualmente a navegar perto das Filipinas, segundo os dados de rastreamento de navios, enquanto o "Pandi" parece ter desligado o sistema de rastreamento por satélite, em 29 de junho, depois de passar duas semanas entre o Irão e os Emirados Árabes Unidos; os outros dois foram vistos pela última vez em maio - o "Bering" perto da Grécia e o "Luna" navegando entre Omã e o Irão.
Uma das empresas envolvidas na operação de transporte de combustíveis para a Venezuela, o Grupo Avantgarde, esteve anteriormente ligada à Guarda Revolucionária do Irão e tenta evitar as sanções dos EUA, segundo os procuradores.
De acordo com a denúncia de confisco de ativos, uma empresa sem nome faturou, em fevereiro, à Avantgarde um pagamento em dinheiro de cerca de 13 milhões de euros pela venda da gasolina a bordo do "Pandi".