Albuquerque confirma EEM na gestão dos cabos submarinos
Presidente do Governo responde à iniciativa de Carlos Pereira, deputado do PS: “Acordaram tarde”
O presidente do Governo Regional considera que o deputado do PS na Assembleia da República, Carlos Pereira, andou a dormir por só agora vir publicamente anunciar que a Região terá a possibilidade de participar na gestão dos novos cabos submarinos, que deverão estar concluídos em 2023.
“Acho que acordaram tarde. O cabo já está em execução. Não sabiam disso?” foi a pronta reacção de Miguel Albuquerque quando questionado sobre o resultado das reuniões que o socialista madeirense diz ter mantido com o Ministério das Infraestruturas para posicionar a Madeira como potencial interessada na participação da gestão dos cabos submarinos, através de um operador regional público, conforme o DIÁRIO dá conta na edição desta quinta-feira, dia 2 de Julho.
Albuquerque desvalorizou a iniciativa do socialista madeirense na Assembleia da República, ao assegurar que a participação da Região na gestão dos cabos submarinos é assunto já definido e por isso Carlos Pereira não veio dizer nada de novo.
“[A gestão] será feita por uma empresa pública que será a Empresa de Electricidade [da Madeira] onde o interesse público é salvaguardado”, sustentou o presidente do executivo regional, à margem da visita a exploração agrícola no Estreito de Câmara de Lobos.
Por considerar que “a mobilidade digital hoje em dia é tão importante como a mobilidade aérea ou marítima”, Albuquerque lembrou que “quando se fez a privatização da PT, esqueceram-se que existia os cabos de ligação entre o Continente e a Madeira e esses foram privatizados”, numa decisão que classifica de “grotesca”.
Por essa razão quando assumiu funções de presidente do Governo Regional procurou ‘remediar’ o estrago por não concordar que “uma das principais infra-estruturas de acessibilidade (ligação) à Região” estivesse nas mãos de empresa privada. “Por isso tomei logo a iniciativa de tentarmos que a Empresa de Electricidade (EEM) participasse como operador deste novo cabo” num processo onde afirma estar já definido que a EEM terá também “uma participação efectiva” e sendo esta “um organismo público - uma empresa pública -, continuará a ser pública e assim continuará nas mãos da RAM”, concretizou.
Albuquerque lembra que a obra já em execução “vai ter a comparticipação da EEM em 14 milhões de euros” por reconhecer que o cabo submarino é uma “infra-estrutura fundamental para o futuro da Madeira”, mais ainda porque irá garantir ligação com redundância e deixará de estar na mão de privados.