Itália admite segunda vaga e defende restrições a viagens
O ministro da Saúde de Itália afirmou hoje não poder afastar uma segunda vaga da pandemia de covid-19 no país e justificou as limitações aos viajantes de países fora da UE com a prevenção de novos contágios.
"A comunidade científica não descarta [uma segunda vaga] ", disse Roberto Speranza à televisão RAI.
"Esperamos que não aconteça, mas, perante o risco, devemos manter as regras de precaução, ou seja, usar máscara, evitar ajuntamentos e lavar as mãos", acrescentou, apontando também o reforço do sistema de saúde.
O ministro defendeu a decisão de manter restrições aos viajantes provenientes de países que não integram a União Europeia, apesar da recomendação de abertura de fronteiras a 15 países terceiros aprovada na terça-feira pelo Conselho Europeu.
"Esperamos poder chegar mais longe dentro de algumas semanas, mas por agora temos de ter cautela", disse, frisando que em Itália e na Europa "a curva mudou consideravelmente, mais isso não aconteceu no resto do mundo".
"Passámos uns meses difíceis... Não podemos eliminar as restrições. Seria um erro correr riscos que não podemos enfrentar, a comunidade científica está completamente de acordo com a precaução", acrescentou.
Itália abriu na terça-feira fronteiras aos viajantes de países que não integram o espaço europeu de livre circulação Schengen, mas com restrições.
As viagens estão limitadas a motivos de trabalho, estudo, saúde ou absoluta urgência, e os viajantes serão sujeitos a uma quarentena de duas semanas.
Itália já tinha aberto, a 3 de junho, as fronteiras aos países do espaço Schengen.
Depois de meses de forte propagação do novo coronavírus, Itália, que chegou a ser o país mais afetado do mundo, regista atualmente números que apontam para que a situação epidemiológica esteja sob controlo.
Segundo os dados mais recentes da Proteção Civil, nas últimas 24 horas registaram-se 24 mortes associadas à covid-19 e 182 novos casos de infeção.
Desde o início da pandemia no país, em fevereiro, Itália regista quase 35.000 mortos em mais de 240 mil casos.