Internet bloqueada em província do Irão onde polícia dispersou manifestação
A polícia iraniana dispersou esta quinta-feira um protesto contra as dificuldades económicas, numa cidade da província do Cuzistão, onde o acesso à Internet foi interrompido depois de serem partilhados vídeos dos protestos.
Em declarações á agencia oficial Irna, o chefe da policia da cidade de Behbahan, naquela província, confirmou que "um pequeno grupo de habitantes reuniram-se para protestar contra a situação económicas", acrescentando que a polícia "dispersou firmemente" e que não houve feridos.
O grupo de defesa ao acesso à Internet Netblocks.org relatou entretanto que o acesso à Internet foi interrompido na província de Cuzistão, rica em petróleo, no final de quinta-feira.
O bloqueio coincidiu com a publicação 'online' de vídeos pelos manifestantes reunidos na cidade de Behbahan, a cerca de 570 quilómetros a sudoeste da capital, Teerão.
Esses vídeos mostram manifestantes a gritar 'slogans' ouvidos noutros protestos no Irão durante o ano passado, incluindo: "Não tenha medo, estamos todos juntos", enquanto outros tinham como alvo a política externa do país, ao gritar: "Nem Gaza, nem Líbano, eu morro pelo Irão".
O Irão fechou o acesso à Internet durante dias, em novembro passado, para travar os protestos que se espalhavam pelo país, alimentados pela raiva sobre a economia anímica do país. A Amnistia Internacional informou que, pelo menos, 300 pessoas morreram durante esses distúrbios, a maioria mortas a tiro pelas forças de segurança.
As manifestações de novembro mostraram o descontentamento generalizado com a situação económica que domina o Irão desde maio de 2018, altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs duras sanções depois de retirar os Estados Unidos (EUA) do acordo nuclear que Teerão negociou com as potências mundiais.
Essa decisão fez com que o Irão começasse a quebrar os limites impostos pelo acordo.