Metade dos viajantes aterra na Madeira sem teste à covid-19
A partir da próxima terça-feira, dia 21, já será possível realizar teste PCR gratuito na cidade do Porto
Em apenas duas semanas foram realizados cerca de 6 mil testes PCR a passageiros desembarcados nos aeroportos da Madeira e Porto Santo
Metade dos cerca de 12 mil passageiros que desembarcaram na Madeira na primeira quinzena deste mês, que coincide com a nova fase de reabertura dos aeroportos da Região aos voos provenientes do exterior, chegaram sem teste PCR feito.
A revelação foi feita esta tarde pelo secretário regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, à margem do périplo pelos centros de saúde do concelho de Santana.
O governante revelou que dos 12 mil passageiros transportados nos mais de 120 voos que aterraram nas últimas duas semanas nos aeroportos da Madeira e Porto Santo, “50%” chegaram sem teste prévio feito à covid-19” o que equivale dizer que cerca de 6 mil passageiros foram testados à chegada desde o passado dia 1 de Julho.
Registou que “infelizmente temos mais 9 casos (positivos) dos quais 6 estão activos”, sendo um deles, o primeiro caso de residente no concelho de Santana, que acabou por expor fragilidades do sistema, conforme o DIÁRIO dá conta na edição de hoje.
Pedro Ramos sentiu necessidade de justificar o caso, responsabilizando o cidadão em causa pelo sucedido, ao denunciar que “o cumprimento das regras e das recomendações não estava a ser feita a 100%”. Alegou que foi a “população, atenta à realidade” quem “manifestou algum descontentamento e fez chegar informações à Secretaria Regional da Saúde e Protecção Civil”, alertando assim as autoridades para “o incumprimento daquilo que nós não estávamos à espera que acontecesse”, situação que motivou “a transferência do senhor” para a área dedicada à covid no Hospital Central do Funchal.
Pedro Ramos aproveitou para reforçar que “80% dos casos podem ser acompanhados no domicílio pela Autoridade Regional de Saúde” e somente os restantes 20% precisam de apoio em ambiente hospitalar.
‘Atingido’ pelo caso de Santana, o secretário com a tutela da Saúde e Protecção Civil reconheceu que “não há estratégias infalíveis” a não ser que todos os viajantes fossem testados na origem. Lembra que foi perante a impossibilidade de obrigar a esse controlo prévio que a Madeira “passou a testar à chegada e ainda bem que o está a fazer”, sublinhou. Reforçou que foi também a Região quem “deu os ‘primeiros passos’” para facilitar e a título gratuito a realização do teste PCR na origem, aproveitando a deixa para anunciar que a partir da próxima terça-feira, dia 21, será também possível beneficiar desta ‘oferta’ no Porto, depois da mesma medida já estar em vigor em Lisboa, desde 1 de Julho, e em Coimbra, desde o dia 13 de Julho.
Pedro Ramos entende que face às circunstâncias, esta é a “estratégia que transmite mais segurança e mais confiança”, aproveitando também para emendar o que dissera há uma semana, desta feita afirmando que “a Madeira de facto é um dos destinos mais seguros do mundo”, alegação feita com base nos “poucos casos” e “nenhum óbito”, além dos doentes activos não terem a gravidade verificada noutros países.
Argumentos para reiterar que está “muito satisfeito com a situação” do controlo da pandemia na Região e como tal, “não vamos abdicar desta estratégia”, referindo-se ao controlo de impor o diagnóstico à chegada dos viajantes sem PCR negativo feito.