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Madeira

Metade dos viajantes aterra na Madeira sem teste à covid-19

A partir da próxima terça-feira, dia 21, já será possível realizar teste PCR gratuito na cidade do Porto

Pedro Ramos no Centro de Saúde de Santana
Pedro Ramos no Centro de Saúde de Santana, foto Miguel Lira

Em apenas duas semanas foram realizados cerca de 6 mil testes PCR a passageiros desembarcados nos aeroportos da Madeira e Porto Santo

Metade dos cerca de 12 mil passageiros que desembarcaram na Madeira na primeira quinzena deste mês, que coincide com a nova fase de reabertura dos aeroportos da Região aos voos provenientes do exterior, chegaram sem teste PCR feito.

A revelação foi feita esta tarde pelo secretário regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, à margem do périplo pelos centros de saúde do concelho de Santana.

O governante revelou que dos 12 mil passageiros transportados nos mais de 120 voos que aterraram nas últimas duas semanas nos aeroportos da Madeira e Porto Santo, “50%” chegaram sem teste prévio feito à covid-19” o que equivale dizer que cerca de 6 mil passageiros foram testados à chegada desde o passado dia 1 de Julho.

Registou que “infelizmente temos mais 9 casos (positivos) dos quais 6 estão activos”, sendo um deles, o primeiro caso de residente no concelho de Santana, que acabou por expor fragilidades do sistema, conforme o DIÁRIO dá conta na edição de hoje.

Pedro Ramos sentiu necessidade de justificar o caso, responsabilizando o cidadão em causa pelo sucedido, ao denunciar que “o cumprimento das regras e das recomendações não estava a ser feita a 100%”. Alegou que foi a “população, atenta à realidade” quem “manifestou algum descontentamento e fez chegar informações à Secretaria Regional da Saúde e Protecção Civil”, alertando assim as autoridades para “o incumprimento daquilo que nós não estávamos à espera que acontecesse”, situação que motivou “a transferência do senhor” para a área dedicada à covid no Hospital Central do Funchal.

Pedro Ramos aproveitou para reforçar que “80% dos casos podem ser acompanhados no domicílio pela Autoridade Regional de Saúde” e somente os restantes 20% precisam de apoio em ambiente hospitalar.

‘Atingido’ pelo caso de Santana, o secretário com a tutela da Saúde e Protecção Civil reconheceu que “não há estratégias infalíveis” a não ser que todos os viajantes fossem testados na origem. Lembra que foi perante a impossibilidade de obrigar a esse controlo prévio que a Madeira “passou a testar à chegada e ainda bem que o está a fazer”, sublinhou. Reforçou que foi também a Região quem “deu os ‘primeiros passos’” para facilitar e a título gratuito a realização do teste PCR na origem, aproveitando a deixa para anunciar que a partir da próxima terça-feira, dia 21, será também possível beneficiar desta ‘oferta’ no Porto, depois da mesma medida já estar em vigor em Lisboa, desde 1 de Julho, e em Coimbra, desde o dia 13 de Julho.

Pedro Ramos entende que face às circunstâncias, esta é a “estratégia que transmite mais segurança e mais confiança”, aproveitando também para emendar o que dissera há uma semana, desta feita afirmando que “a Madeira de facto é um dos destinos mais seguros do mundo”, alegação feita com base nos “poucos casos” e “nenhum óbito”, além dos doentes activos não terem a gravidade verificada noutros países.

Argumentos para reiterar que está “muito satisfeito com a situação” do controlo da pandemia na Região e como tal, “não vamos abdicar desta estratégia”, referindo-se ao controlo de impor o diagnóstico à chegada dos viajantes sem PCR negativo feito.

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