Seja adulto, criança, idoso ou grávida, mal acaba de receber o bilhete ou mostrar o passe, é logo sujeito aos desequilíbrios dos arranques dos condutores, que nem esperam, que se dê um passo em direção à cadeira.

Várias vezes fui apanhado em contrapé, logo no primeiro passo, pois já vão tirando o pé do travão. Depois vou deambulando de lado, pelo corredor estreito, por vezes quase caindo em cima de outros passageiros, ou dando-lhes com a mochila, pondo em causa a minha, e a segurança de outros utentes. A pessoa até pode ter-se magoado ou feito uma cirurgia, nesse ou há poucos dias, que tem de ir a correr para o banco, enquanto vai sendo “jogada” de um lado para outro, com as mudanças de velocidade. Isto se não houver uma travagem antes. Faz poucos meses, assisti a uma reclamação de uma senhora grávida, queixando-se, que também nem a tinham deixado sentar-se!

Alguns autocarros, têm um degrau que temos de subir, após passar o condutor. Muitos dos autocarros novos, nem têm onde se agarrar, para poder percorrer o corredor em segurança. As poucas pegas para mãos, estão por vezes, ocupadas pelas mãos de outros passageiros (para evitar doenças, nem devíamos ter que andar todos a passar as mãos ali). Alguns, têm a meio do corredor, a “porta traseira” com degraus altos, e podemos sofrer um desequilíbrio fatal. Já por mais que uma vez, assisti, o autocarro arrancar ainda com a porta traseira aberta, e o passageiro que percorria o corredor, desequilibrar-se, quase caindo para a estrada. Ao que chegamos!

Tenho alertado, mas sinto-me ignorado até pelos próprios serviços, inclusive pelo presidente da SAM. São vários avisos a condutores, emails e telefonemas para esta companhia (já do pré covid), reclamando deste grave problema e da falta de respeito, para com a segurança dos passageiros. Mas o problema continua!

Sei que em Paris, parece que é pior (conforme me disse um revisor). Mas estamos na Madeira! E é para melhorar!

Srs Condutores, trata-se de um mau hábito, imposto ou criado, que mal um passageiro passa por “vocês” (aquela linha, do vosso lado direito para trás), já nem olham mais para ele... se está sentado ou até já deitado no chão, pois nem levantam a cabeça para segui-lo pelo espelho. Já estão olhando para o retrovisor esquerdo e a arrancar. Essa “linha”, separa a segurança, da insegurança que “vocês” deixam as pessoas.

Não entendo esta cultura de “contra-relógio”! Se não há intervalo para “esticar as pernas”, deem mais espaço entre as carreiras. Espero que a situação melhore. Não há interesse em fazer alaridos destes, mas, paciência tem limites!

O autocarro é para arrancar, depois do passageiro se sentar! Isto sem querer ser exigente, ao ponto de esperarem que coloque o cinto.

Duarte Sousa Melim