Começa no domingo, com quatro meses de atraso, aquela que promete ser a época de afirmação do piloto português Miguel Oliveira (Tech3 KTM) em MotoGP, encurtada devido à pandemia do novo coronavírus.

Sabendo, de antemão, que no próximo ano tem já assegurado um lugar na equipa oficial do construtor austríaco, o piloto de Almada fica liberto de alguma pressão para poder mostrar o valor que na equipa do francês Hervé Poncharal, a Tech3, lhe reconhecem.

Pela frente, 13 provas confirmadas (por enquanto) e três ainda à espera de confirmação, mas de probabilidade muito reduzida, num calendário que tem em Portugal uma das principais alternativas para o caso de haver mais cancelamentos do que aqueles que a pandemia já provocou, desde o dia 08 de março, que deveria ter sido o do arranque do Mundial, no Qatar (foi apenas para as categorias de Moto2 e Moto3).

O ano marcado pela covid-19, que vai começar com uma das cinco jornadas duplas, será, também, o ano em que o espanhol Marc Márquez (Honda) pode igualar os sete títulos mundiais conquistados pelo italiano Valentino Rossi (Yamaha).

Aos 41 anos, o "Doutor" não vence desde 2017 e já não impõe o respeito de outros tempos, até porque já sabe que no final do ano será despromovido pela Yamaha à equipa satélite, a Petronas, por troca com o francês Fabio Quartararo.

O 'estreante sensação' de 2019 tem confirmado as expectativas na pré-temporada e ainda esta semana se cotou como um dos mais rápidos nos treinos de adaptação que os pilotos fizeram no circuito de Jerez de la Frontera.

Mas o mais rápido foi o espanhol Maverick Viñales (Yamaha), em crescendo de confiança depois de um forte final de época em 2019, que deverá ser o principal rival do campeão.

A Ducati, à beira de mais uma remodelação, com a saída dos dois pilotos titulares, os italianos Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci, aparece em terceiro na tabela dos favoritos.

Numa época mais curta do que o habitual (menos seis corridas), os erros pagam-se mais caro. Marc Márquez, que parte como campeão, terá o conforto de ter a seu lado o irmão Álex, ainda que a prazo.

É que os quatro meses em que o campeonato esteve suspenso devido à covid-19 não foram de paragem completa, com muitas movimentações de mercado.

O mais novo dos Márquez já sabe que, independentemente do que fizer em 2020, no ano seguinte será despromovido à equipa satélite, a Gresini, para deixar a vaga ao espanhol Pol Espargaró, que tem sido o 'ponta de lança' no desenvolvimento da KTM.

É precisamente para o lugar do espanhol na casa austríaca que vai Miguel Oliveira no próximo ano. Até lá, com o ombro já recuperado da lesão que o impediu de terminar a época de 2019, vai procurar entrar regularmente entre os 10 mais rápidos de cada corrida.

Sendo certo, ainda assim, que o patrão Hervé Poncharal acredita que o 'top 5' está ali ao alcance do piloto português de 25 anos. "Tem mostrado que já é um piloto de MotoGP de corpo inteiro", dizia, esta semana, o gaulês.

Esta será, portanto, uma época de transição, antes da temporada das verdadeiras mudanças, em 2021. Mas mesmo sem público nas bancadas e sem jornalistas na tribuna, no final haverá um campeão, reconhecido como os demais. Resta saber se um histórico pela repetição ou um histórico pela novidade.

O calendário de MotoGP para 2020 tem 13 provas anunciadas e mais três por confirmar.

19 de julho - GP de Espanha (Jerez de la Frontera)

26 de julho - GP da Andaluzia (Jerez de la Frontera)

09 de agosto - GP da República Checa (Brno)

16 de agosto - GP da Áustria (Spielberg)

23 de agosto - GP da Estíria (Spielberg)

13 de setembro - GP São Marino (Misano)

20 de setembro - GP da Emilia Romagna (Misano)

27 de setembro - GP da Catalunha (Barcelona)

11 de outubro - GP de França (Le Mans)

18 de outubro - GP de Aragão (Espanha)

25 de outubro - GP Teruel (Espanha)

08 de novembro - GP da Europa (Valência)

15 de novembro - GP Comunidade Valenciana (Valência)

A confirmar:

- GP da Argentina (Termas de Rio Hondo)

- GP da Tailândia (Chang)

- GP da Malásia (Sepang)