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Conversa entre amigos

- Olá, meu amigo. Está tudo bem contigo?

- Como é que pode estar se este maldito vírus não nos quer deixar.

- É preciso aguardar. Pelo menos na rua já podemos andar sem a máscara usar.

- Nem me lembres desse tempo que tínhamos de andar mascarados, passar na rua por uma mulher e termos que voltar a cara para o outro lado.

Tempo desgraçado. Pior do que isso só mesmo estando infectado com esse vírus do diabo.

- Olha, vendo os prós e os contra, os contra e os prós, ainda há quem esteja pior do que nós.

O Senhor Presidente da República, por exemplo, deve estar pior do que a gente. Habituado a beijinhos e abraços, agora tem que ver os seus fãs à distância face às circunstâncias.

- Com ele não estou preocupado. O que ele já beijou e abraçou ao longo do seu mandato, mesmo que fique uns meses em jejum não lhe faz mal nenhum.

- A propósito de falar em presidente, que volta levou o nosso, o daqui, o de antigamente?

Havia uns seus inimigos que ameaçavam que quando ele saísse do PODER iam-lhe fazer o “frito e o cozido”, a esta hora já lhe fizeram e, como devido ao vírus andamos com a cabeça tonta, nem demos de conta.

- Cá nada, o senhor está rijo que nem uma estátua. Ainda há dias foi visto no lançamento do novo livro do nosso amigo Luís Calisto. E dirigiu-lhe vários elogios, reconhecendo o seu valor, como jornalista, como homem e como escritor.

- Não me digas que foi capaz, quando em tempos idos disse tanto mal do rapaz.

- Isso foi em determinados momentos, em certas horas, que não é chamado para aqui agora.

O que provou o nosso ilustre senhor, é que é uma pessoa bondosa, carinhosa e que de ninguém guarda rancor.

- Sim, sim, isso foi também o que me pareceu a mim. E como é político pode mudar de opinião de minuto a minuto.

- Agora, o que estou admirado é o nosso amigo não nos ter convidado.

- Ao tempo que não nos vimos é natural que tenha pensado que estamos velhos e, presumivelmente, internados.

- Ei, ei, nada de deduções que não correspondem à verdade. Não há como expormos a realidade.

Houve um lapso na lista de convidados, mas para o lançamento do próximo livro seremos dos primeiros a ser chamados.

- Se assim é, vamos dar os parabéns ao nosso prezado amigo e desejar-lhe os votos de sucesso para este novo livro.

- Sim, sim, até porque é merecido. O seu trabalho como jornalista e como escritor merece ser enaltecido e, claro, por ser também um amigo.

- E por ter sido jogador do nosso Marítimo!

- É verdade. Já me tinha esquecido. Fizeste bem em lembrar isso!

Tudo de bom para O Luís Calisto!

Juvenal Pereira

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