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Militares pedem que se denuncie localização de venezuelanos que regressam ao país

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As Forças Armadas da Venezuela (FAV) iniciaram hoje uma campanha instando a população a localizar e denunciar os venezuelanos que regressem ao país, usando trilhos fronteiriços com os países vizinhos, no âmbito do combate à pandemia da covid-19.

"Um 'trochero' é um bioterrorista que põe em risco a saúde de todos. Envie uma mensagem de correio eletrónico com os dados dessa pessoa e a sua localização exata", refere o Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas (CEOFANB) na sua conta no Twitter.

Na Venezuela, 'trocheros' são as pessoas que conhecem e caminham por trilhos e veredas, e que ajudam outros cidadãos a passar as fronteiras, por caminhos alternativos.

Segundo o CEOFANB, "um 'trochero' infetado é um bioterrorista" que "pode acabar" com a vida de compatriotas que residem na Venezuela.

Como parte da campanha de combate à covid-19, segundo a imprensa venezuelana, foi reforçada a presença militar nas zonas fronteiriças com outros países da América Latina, principalmente com a Colômbia.

"Se você conhece alguém no seu setor que entrou por algum trilho, denuncie sem que ninguém saiba" é o apelo das FAV, segundo o diário El Universal citando instruções militares locais.

Quase cinco milhões de venezuelanos abandonaram o país, nos últimos anos, concentrando-se maioritariamente em países vizinhos da América Latina, onde chegaram viajando por terra.

Desde finais de março último, devido à pandemia da covid-19, pelo menos 15.000 regressaram ao país pela fronteira colombo-venezuelana.

Na Venezuela estão confirmados 10.010 casos de pessoas infetadas e 96 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão também dados como recuperados 2.671 pacientes.

O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos até 12 de agosto de 2020 e os cidadãos estão impedidos de circular entre as distintas regiões do país.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 578 mil mortos e infetou mais de 13,34 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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