Britânica condenada por fingir-se cega e viajar para a Madeira com apoio social
Durante cerca de 15 anos, a cidadã britânica Christina Pomfrey simulou ter deficiências físicas, como cegueira ou problemas de locomoção, para receber subsídios sociais indevidos do Estado, que, acumulados, chegaram a mais de um milhão de libras (cerca de 1,1 milhões de euros). A burla só foi descoberta no final de 2017 e há cerca de um mês a arguida foi condenada a três anos e oito meses por 34 crimes de fraude, contabilidade falsa e preparação ou entrega de informações para utilização em fraudes. A sua filha foi também condenada a ano e meio de prisão, com pena suspensa, por lavagem de dinheiro, já que pela sua conta bancária circulou parte do dinheiro auferido indevidamente pela mãe.
O engenho da burlona foi de tal forma que o próprio marido, com quem estava casada desde 2005, não conseguiu perceber os seus esquemas. "Ela comprou-me um carro MG poucos meses depois de nos conhecemos e, no início, pagou algumas das férias que passámos em locais como as Caraíbas. Fomos à República Dominicana quatro vezes, à Madeira algumas vezes e a Benidorm", relatou John Pomfrey ao Daily Mail, no passado domingo. "Após as duas primeiras viagens, eu insisti que queria pagar metade. Agora acho que ela escolheu-me porque eu tinha outro sobrenome, vivia noutro município, e ela poderia usar isso para seus esquemas. Sinto-me um idiota", contou o homem.
Segundo foi avançado pelas autoridades e pela imprensa britânca, Christina Pomfrey utilizou o seu próprio nome e também uma identidade falsa (Christina Brown) para solicitar um vasto leque de apoios sociais às instituições públicas, como subsídios para a renda e obras na casa ou a pensão de sobrevivência por invalidez. Em determinada altura, a mulher de 65 anos recebia 13 mil libras por mês. Nos formulários para pedir as ajudas, Christina Pomfrey dizia que tinha esclerose múltipla, era cega e que precisava do auxílio de amigos para os diversos aspectos da vida quotidiana.
Como Christina Pomfrey pediu apoio no Departamento de Trabalho e Pensões (DWP, na sigla inglesa) de Oldham (arredores de Manchester) e como Christina Brown solicitou em Halton, a centenas de quilómetros da primeira localização. Quando o DWP começou a investigar o caso, os inspectores viram a "deficiente" a conduzir, passear, ler o jornal e a ir buscar os netos à escola, sem precisar de ajuda de ninguém. A 13 de Dezembro de 2017, a Polícia e o DWP detiveram Christina e nas buscas efectuadas aos seus dois endereços encontraram cartas, documentos e facturas falsificados. Enquanto estava sob fiança por estes crimes, a arguida tentou fazer um pedido de crédito fraudulento e argumentou que estava a residir num abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica.