Défice orçamental dos EUA com valor recorde em Junho
O Governo federal norte-americano registou em junho o maior défice orçamental mensal na sua história, com as despesas de combate ao novo coronavírus a crescerem acentuadamente e as receitas fiscais a caírem devido ao disparar do desemprego.
O Departamento do Tesouro informou hoje que o défice em junho foi de 864 mil milhões de dólares (761 mil milhões de euros), o que supera o máximo anterior, registado em abril, de 738 mil milhões de dólares.
O montante está associado aos biliões (milhão de milhões) de dólares que o Congresso aprovou para diminuir o impacto dos encerramentos generalizados que ocorreram para procurar conter a propagação da pandemia.
Nos primeiros nove meses do ano orçamental, que começou em 01 de outubro, o défice totaliza 2,74 biliões de dólares, o que é também um recorde para o período em apreço.
Esta evolução coloca o país na via de registar um défice anual de 3,7 biliões de dólares, como previsto pelo Gabinete do Congresso para o Orçamento (CBO, na sigla em inglês).
A concretizar-se, este total vai superar o recorde em vigor, de 1,4 biliões, ocorrido em 2009, quando o Governo gastou fortemente para tirar os EUA da recessão provocada pela crise financeira de 2008.
Até agora, as receitas orçamentais foram de 2,26 biliões de dólares, menos 13,4% do que no mesmo período do ano passado, enquanto a despesa subiu 49,1%, para cinco biliões.
As estimativas do CBO de défice para o conjunto do ano podem mesmo ser superadas, conforme evolua a economia.
Os EUA entraram em recessão em fevereiro, o que acabou um inédito período de expansão económica de quase 11 anos.
O Congresso dos EUA já aprovou ajudas à economia no montante de três biliões de dólares.
Quando retomarem os trabalhos, em 20 de julho, os congressistas devem discutir a pretensão dos democratas de prolongarem a duração dos subsídios de desemprego.