ONU acusa Trump de ter influência negativa na liberdade de imprensa
O Governo liderado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve uma influência negativa no estado global da liberdade de imprensa, após anos de ataques a esta, disse hoje o relator da ONU para a liberdade de expressão.
"Uma característica que sobressai nos últimos três, quatro anos, é a forma como este Presidente se tem dirigido aos media, denegrindo a imprensa e a liberdade de imprensa", destacou o relator especial das Nações Unidas para a liberdade de opinião e expressão, David Kaye, citado pela agência Efe.
O relator da ONU, que falava durante uma conferência de imprensa em Genebra, Suíça, explicou que o sistema político dos Estados Unidos provou, finalmente, que é "mais frágil do que se pensava" na hora de defender a liberdade de imprensa e de controlar os ataques presidenciais.
David Kaye acrescentou que esses ataques são a "habitual desinformação a partir da Casa Branca" e a limitação de acesso dos jornalistas ao espaço.
O relator norte-americano, que na sexta-feira apresentou diante do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, um relatório sobre a deterioração da liberdade de imprensa devido à pandemia de covid-19, disse hoje faltar saber se a presidência de Donald Trump mantém ou não esta tendência.
"Ainda não sabemos se se trata de um vazio, uma anomalia da atual Administração, mas queremos que acabe", sublinhou.
David Kaye manifestou também a sua preocupação pelo futuro da liberdade de imprensa e de informação em Hong Kong, após a entrada em vigor da lei de segurança nacional imposta pela China naquela ex-colónia britânica.
Na sexta-feira, o relator da ONU apresentou perante o Conselho dos Direitos Humanos a sua preocupação pelas restrições à informação que muitos governos impuseram durante a pandemia, que na sua opinião custaram muitas vidas.
"Morreram pessoas porque houve governos que mentiram, ocultaram informação, prenderam jornalistas, não expuseram a verdadeira gravidade da ameaça e criminalizaram pessoas com o pretexto de terem divulgado informação falsa", denunciou David Kaye.