Guardas avançam para a greve devido a falta de diálogo com Ministério da Justiça
O Sindicato do Corpo da Guarda Prisional anunciou, esta tarde, através de comunicado, que convocou uma greve para quarta-feira e quinta-feira desta semana (15 e 16 de Julho), explicando que é uma tentativa de poder "reunir, conversar e chegar a um entendimento" com os responsáveis do Ministério da Justiça e explicar os problemas que afectam os profissionais do sector. A paralisação abrange o Estabelecimento Prisional do Funchal. A estrutura presidida por Jorge Alves diz que divulgará em breve os serviços mínimos e desafia os guardas a aderir à greve para atingir os objectivos comuns.
A decisão de avançar para a greve foi tomada ontem em reunião da direcção sindical, que concluiu que, mesmo havendo uma pandemia, é chegada a hora de manifestar publicamente a sua "indignação perante um silêncio total e uma enorme falta de sentido responsável e de total provação de diálogo social". O Sindicato denuncia que da parte da Direcção-Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais "não existe disponibilidade para se discutir os problemas que afectam os profissionais". A última reunião com a ministra da Justiça foi em 2017 e há um ano que não reúne com o director-geral. A espera sindical aguarda há muito por respostas aos pedidos de reuniões e de esclarecimentos e lembra um ditado popular: "a paciência tem limites".
Segundo o Sindicato, tem havido reuniões com responsáveis subalternos do Ministério da Justiça mas as promessas feitas, como a avaliação de desempenho, continuam por concretizar. Por outro lado, queixa-se da prepotência dos directores das cadeias: "Parece que a subdirectora-geral ainda não percebeu que os directores fazem o que querem, prejudicando os trabalhadores, porque não existem consequências para os dirigentes que incumprem o que está vertido na lei".