APAV apoiou 99 pessoas na sequência de homicídios tentados ou consumados
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou no ano passado 99 pessoas, 28 das quais na sequência de homicídios tentados, anunciou ontem a organização, que apoiou igualmente familiares e amigos de 71 vítimas de homicídios consumados.
As mulheres estiveram em maioria entre os utentes da estrutura de apoio da APAV.
O apoio especializado a este tipo de vítimas surgiu em 2013, através da Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio e Terrorismo e, até ao ano transacto, apoiou um total de 632 pessoas, indica a associação num relatório estatístico hoje divulgado.
O pico foi atingido em 2014, com 219 pessoas apoiadas, baixando para 90 em 2015. Os anos seguintes mantiveram a tendência decrescente, para os números voltarem a subir entre 2018 e 2019 (de 68 para 99 utentes apoiados). “Paralelamente, a actividade do Observatório de Crimes de Homicídio revela, em 2019, a existência de 88 crimes de homicídio em Portugal e 32 portugueses mortos no estrangeiro”, lê-se no documento.
A APAV usa dados reportados pela comunicação social em Portugal para dizer que daqueles 88 crimes, quase metade (41) ocorreu em contexto de violência doméstica, sendo que 26 dizem respeito a relações de intimidade atuais ou passadas: 22 mulheres e quatro homens.
Foram feitos 689 atendimentos telefónicos, por escrito ou online, no âmbito da Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio e de Vítimas de Terrorismo (RAFAVHT).
No que diz respeito ao perfil dos utentes apoiados, as mulheres estiveram em maioria (57% do total na sequência de homicídio tentado e 66% na sequência de homicídio consumado).