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Economia francesa cai 10% e só recupera em meados de 2022

Foto EPA/GONZALO FUENTES
Foto EPA/GONZALO FUENTES

A economia francesa deverá cair 10% este ano, apesar da “recuperação gradual” da atividade a partir do terceiro trimestre, segundo as estimativas do Banco de França, que considera que o PIB não recuperará antes de meados de 2022.

Esta previsão é próxima da do Governo francês, que prevê uma recessão de 11% este ano.

De acordo com as estimativas publicadas hoje, para o segundo trimestre - marcado por um mês e meio de confinamento e depois por uma recuperação gradual da atividade a partir de 11 de maio - o Banco de França prevê um declínio de cerca de 15% no Produto Interno Bruto (PIB).

Está igualmente previsto que o desemprego ultrapasse 11,5% em meados de 2021.

Após o “choque muito forte” causado pelo confinamento, com uma queda em particular no PIB estimada em 15% no segundo trimestre, a economia deve recuperar 7% em 2021 e 4% em 2022, prevê o banco central francês.

“Esta recuperação aparente não retornará ao nível de atividade no final de 2019 antes de meados de 2022”, acrescenta.

O cenário traçado é baseado na circulação persistente, mas controlada, da covid-19 numa economia que se adapta às restrições de saúde.

Segundo o banco central francês, as previsões permanecem dependentes de muitas incertezas e a relação entre economia e consumo será “essencial para o ritmo da recuperação”.

“É provável que o aumento esperado do desemprego e o contexto global de alta incerteza continuem a pesar no comportamento de compra”, considera.

As previsões indicam ainda que a taxa de poupança das famílias excederá os 22% este ano e que o consumo cairá 9,3%.

Com margens enfraquecidas e atividade mais lenta, as empresas vão reduzir os seus investimentos em 23,3%.

Estas dificuldades “causarão uma redução significativa no emprego”, mas de forma arrastada no tempo, à medida que o governo for reduzindo o regime de ‘lay off’ aplicado em março.

Assim, a taxa de desemprego deverá subir para mais de 10% no final de 2020 e para um pico superior a 11,5% em meados de 2021, um nível “acima dos precedentes históricos”, projeta o Banco de França, que o país terá de esperar até 2022 para voltar aos 9,7%.

No geral, se os rendimentos das famílias caírem devido a essas dificuldades económicas, são o Estado e as administrações públicas que terão de enfrentar o choque da crise, sublinha o Banco de França.

Quanto aos preços, a instituição prevê uma pressão de queda, com uma inflação que até pode tornar-se negativa no final de 2020, principalmente devido aos preços da energia, permanecendo abaixo de 1% até no final de 2022.

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