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Estado angolano já gastou 64,3 milhões de euros no combate à pandemia

Foto OSVALDO SILVA/ AFP
Foto OSVALDO SILVA/ AFP

O Governo angolano gastou 43 mil milhões de kwanzas (64,3 milhões de euros) no combate ao novo coronavírus, que já infetou 92 angolanos, de acordo Relatório das Atividades Realizadas para o Controlo da Pandemia da Covid-19 divulgado hoje.

O valor foi revelado no documento apresentado hoje na Assembleia Nacional, pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República.

Pedro Sebastião referiu que além deste dinheiro usado para a liquidação de diversas despesas, o Governo recebeu doações em bens materiais, alimentares e valores monetários, avaliados em 4,2 mil milhões de kwanzas (6,2 milhões de euros), 5,5 milhões de dólares (4,8 milhões de euros) e 772,2 mil euros.

Segundo o ministro, as doações monetárias foram maioritariamente feitas por bancos e direcionadas em pagamentos efetuados para a compra de equipamentos e material de biossegurança.

O relatório indica que a China e o Qatar foram os maiores doadores de bens materiais para o país.

O governante angolano frisou que nem tudo decorreu da melhor forma, registaram-se também alguns constrangimentos, nomeadamente na implementação e controlo das medidas, que foram sendo paulatinamente superados.

“Inexperiência de todos os atores envolvidos sobre o comportamento do vírus, insuficiência dos meios de transporte, combustível, lubrificantes, etc, incredulidade das populações à doença da covid-19, levando ao não acatamento inicial das medidas de isolamento social e uso das máscaras individuais”, referiu.

As dificuldades do fornecimento de energia elétrica no interior das províncias, assim como o abastecimento de água potável, aliada às avarias das cisternas e moto-cisternas devido ao mau estado das vias, foram outras dificuldades que se registaram também.

O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República sublinhou que o vírus da covid-19 em Angola está limitado à província de Luanda, tendo o município de Talatona com o maior número de casos, “razão bastante para manter até agora a cerca sanitária nesta província e determinar os cordões sanitários nos focos de transmissão que se lhe registar”.

“O comportamento da covid-19 em Angola é caraterizado maioritariamente por casos assintomáticos, que infelizmente, têm também a capacidade de transmitir a doença”, realçou.

A ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, disse, segunda-feira, em conferência de imprensa, que é preciso ponderar o levantamento da cerca sanitária de Luanda, capital de Angola, porque existem ainda “cercas de alto risco”.

“Continua a investigação profunda em relação aos casos de contaminação, que surgiram, vários de alta complexidade”, disse, referindo-se à Clínica Multiperfil, no município do Cazenga.

“E não só, temos que continuar a garantir que estas condições - e estamos no epicentro - se abrirmos pode ir parar um caso para as províncias e queremos deixar as outras províncias mais tranquilas e garantir que a situação epidemiológica está ultra e bem controlada e por esta altura ainda estamos em alto risco”, frisou.

Angola tem 92 casos da covid-19, dos quais quatro morreram e 38 recuperaram.

Em África, há 5.334 mortos confirmados e cerca de 196 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 404 mil mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

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