Secção regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos com candidatos pela primeira vez
Três das quatro listas que concorrem a nível nacional para a Ordem dos Arquitetos, com eleições marcadas para 26 de junho, apresentam candidatos para a secção regional dos Açores, que nasceu com a reforma da estrutura.
Nas eleições, de 26 de junho, concorrem à liderança da secção regional dos Açores três candidatos: Catarina Valadão, inserida na lista A, encabeçada pelo atual vice-presidente da Ordem, Daniel Fortuna do Couto, Manuel Marchã, da lista B, dirigida por Cláudia Costa Santos, atual presidente do conselho diretivo da Secção Regional Norte da Ordem, e Nuno Costa, que pertence à lista C, liderada pelo arquiteto Gonçalo Byrne.
À agência Lusa, o atual vice-presidente da Ordem dos Arquitetos explicou que a estrutura da Ordem dos Arquitetos “corresponde muito à génese da profissão” que, em Portugal, “nasceu através de duas escolas, “uma em Lisboa, outra no Porto”, onde se “concentravam a maioria dos arquitetos”.
“Com o desenrolar dos anos, principalmente nas últimas duas décadas, formaram-se muito mais arquitetos, com origem no país todo e dispersaram também pelo país todo. A atividade dos arquitetos passou a ser muito mais distribuída (...). A Ordem dos Arquitetos não acompanhou, na sua estrutura orgânica, essa dispersão territorial”, afirmou Daniel Fortuna do Couto.
É nesse sentido que surgem, agora, sete novas secções regionais, de acordo com as NUT II (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos).
Esta ordem profissional passa, assim, a ter as secções do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira.
“Temos ainda previstas as estruturas locais que corresponderão, em breve, às NUT III”, adiantou o arquiteto.
Dos candidatos à presidência da Ordem dos Arquitetos, as listas A, B e C apresentam nomes para todas as secções do país; a Lista D, “Arquitetura Perto”, liderada pela arquiteta Célia Gomes, para as secções Norte, Centro, Lisboa Vale do Tejo e Algarve.
O “processo de descentralização de uma estrutura que estava bipolarizada em Lisboa e Porto” surge porque “os arquitetos trabalham em todo o território; trabalham, maioritariamente, com as Câmaras Municipais” e esta medida permite “tentar aproximar a estrutura da Ordem dos Arquitetos ao local de trabalho, no fundo, da profissão”, considerou o candidato a bastonário.
A iniciativa surge apesar de ter havido “sempre uma disputa e uma bipolarização” sobre esta matéria, com alguns a defenderem que “as novas tecnologias permitiam ter a estrutura centralizada”, mas “o que se verifica é que não, porque, na verdade, a ordem regula a profissão e tem de ter um trabalho de representação junto de quem regula”, defendeu o atual dirigente.
Esta “profunda reforma da Ordem dos Arquitetos” é, também, sustentada por um grande crescimento da profissão, já que a Ordem, em 20 anos, passou de qualquer coisa como cinco mil membros para vinte mil membros”, adiantou.
Daniel Fortuna do Couto destacou ainda que “os Açores têm um contexto particular”, por serem um território disperso, e que é preciso “algum esforço para estar atento ao que se passa nas nove ilhas dos Açores”.
“No caso das Regiões Autónomas tem particular interesse que existam secções regionais, porque também existe um governo autónomo” e a existência de uma secção regional permite “articular vontades e trabalho”, concluiu o arquiteto.