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A Cultura não é descartável...

... mas é o que tem vindo a suceder ao longo de décadas. De quase abandono.

A Cultura tem, com urgência, de regressar à política. Repescaram uma senhora para assumir o ministério da Cultura, de quem nunca vimos, ouvimos nem lemos que tivesse uma ténue ligação ao meio(!). O ónus da falta de política cultural entronca na continuada ausência duma dotação de 1% do Orçamento do Estado. Se antes desta pandemia a Cultura agonizava, agora, ‘’passamos fome’’, dizem-me agentes culturais, comovendo-me. “Parados, mas nunca calados!’’, foi um grito de revolta colectivo que se ouviu nas manifestações pela Cultura, em Lisboa e no Porto, reclamando condições profissionais e humanas. O objectivo é regressarem ao trabalho, com justo e efectivo apoio do Estado.

Ninguém cria de barriga vazia... e os falsos recibos verdes, muitos precários, actrizes e actores intermitentes do espectáculo, ainda não tiveram quaisquer ajudas por parte do Estado, sendo urgente que as tenham!

Os profissionais independentes do sector irão receber em Julho e Setembro duas prestações no valor de 1 134 euros. Serão 438 euros por três meses. Nem alcança o salário minimíssimo nacional.

Este assistencialismo é manifestamente curto...

A Cultura dá-nos liberdade, campo de visão/acção alargados e inquieta-nos para avançarmos.

Sem Cultura vivem os bichos!

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