Governo brasileiro divulga dados diferentes sobre casos e mortes nas últimas 24 horas
Terão ocorrido entre 1.382 mortes (MInistério da Saúde) e 525 (site oficial do Governo)
O Governo brasileiro divulgou dois dados diferentes sobre o número de mortes e de casos registados da covid-19 nas últimas 24 horas, numa altura em que as autoridades mudaram a forma como comunica as informações sobre a pandemia.
Numa lista dos dados enviado aos jornalistas, o Ministério da Saúde brasileiro informou que o país registou um de um total de 37.312 mortes provocadas pela covid-19, dado que indicou um acréscimo de 1.382 óbitos nas últimas 24 horas.
No sábado o país registou 35.930 mortes provocadas pelo vírus.
Já o site oficial do Governo brasileiro traz informações diferentes sobre a pandemia e indicava, numa atualização às 21:50 (horário local do domingo), a confirmação de 525 mortes causadas pela covid-19 no país em 24 horas. Ou seja, menos 857 mortes do que na lista enviada aos jornalistas.
Deste modo, o total de mortes confirmadas no Brasil em 24 horas seria de 36.500.
No que se refere ao número de infetados, a lista para os jornalistas informava um total de 685.427 casos confirmados da doença, dado que significou uma subida de 12.581 novos casos da doença no domingo.
No sábado, o total de casos segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde brasileiro indicava um total de 672.846 casos da doença.
Porém, no site oficial do Governo brasileiro lê-se 18.912 novos casos da doença em 24 horas. O Governo brasileiro não informa o total de casos no site, mas levando em conta os dados do sábado o país totalizaria 691.758 casos da doença, uma diferença de 6.331 em relação à lista distribuída aos jornalistas.
Em comunicado, o Ministério da Saúde brasileiro admitiu que o novo sistema precisa de melhorias e que o “objetivo é que, nos próximos dias, estejam disponíveis em uma página interativa que possa trazer os resultados desejados”.
Recentemente, o Governo brasileiro confirmou mudanças na divulgação dos dados consolidados sobre casos e mortes provocadas pela doença.
O Ministério da Saúde brasileiro passou a relatar apenas o número de casos e de óbitos registados nas últimas 24 horas desde o final da semana passada.
Além da suspensão da divulgação de parte dos dados consolidados, o Presidente do país, Jair Bolsonaro, também confirmou que o Governo informará os números após as 22:00, horário local, muito depois dos horários em que os números eram divulgados.
A mudança na metodologia causou protestos em diferentes setores, que acusaram o Governo brasileiro de dificultar o acesso à informação quando a pandemia está se espalhando.
Embora o Brasil seja um dos locais mais afetados pela pandemia, milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo para participar em protestos contra e a favor do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Os protestos acontecem em pelo menos sete capitais, incluindo as cidades mais populosas do país, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
O Presidente brasileiro, que chamou de drogados e terroristas, os membros dos grupos que convocaram atos contra si, e chegou a pedir que seus apoiantes não fossem às ruas neste domingo, não comentou as manifestações.
Por volta do meio-dia, Bolsonaro saiu do Palácio da Alvorada, a sua residência oficial, e conversou com pessoas que estavam do lado de fora.
Na conversa, transmitida nas redes sociais, o chefe de Estado falou sobre economia, disse que uma onda enorme de desemprego está a caminho do país e declarou que a culpa por este problema não pode ser atribuída ao seu Governo.
Para o Presidente brasileiro, o desemprego é culpa dos prefeitos e governadores que decretaram medidas de isolamento social para conter a pandemia e, com isto, paralisaram a economia do país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.