Protesto na África do Sul contra racismo, violência policial e Trump
Mais de uma centena de apoiantes da esquerda radical da África do Sul reuniram-se hoje junto à porta da Embaixada dos Estados Unidos, em Pretória, em protesto contra o racismo, a violência policial e o Presidente Donald Trump.
“Abaixo o racismo”, “abaixo o imperialismo”, “abaixo Donald Trump”, gritaram diante da embaixada os manifestantes, liderados pelo “comandante-chefe” dos Economic Freedom Fighters (EFF), Julius Malema.
O protesto foi o maior organizado na África do Sul, no âmbito do movimento global de protesto surgido após a morte de George Floyd, o americano negro que morreu sufocado sob o joelho de um polícia branco durante uma detenção.
Os apoiantes do EFF prestaram homenagem à vítima respeitando, com um joelho no chão, oito minutos e 46 segundos de silêncio, o tempo da imobilização que levou à morte de George Floyd.
“Já há brutalidade policial suficiente nos nossos corpos negros”, disse Julius Malema à multidão, ladeado pela mulher de um homem recentemente morto pelo exército sul-africano, que impôs o confinamento contra a covid-19.
O dirigente político também acusou Donald Trump, descrito como um “supremacista branco”, e o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, acusado de ter abrandado a contenção contra o coronavírus para satisfazer a “economia branca” do país.
“Não devemos continuar a ouvir o Presidente”, afirmou.
O FEP, com a sua retórica anticapitalista e deliberadamente antibranco, recebeu 11% dos votos nas eleições gerais de 2019, um claro aumento em relação às eleições anteriores.
Um quarto de século após a queda do ‘apartheid’, a África do Sul continua a ser atingida por fortes desigualdades raciais.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, foi morto depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota).
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de actos de pilhagem.