Paraministro para dar rumo ao 1.º Ministro
O Primeiro Ministro (PM) convidou o presidente de uma empresa petrolífera para delinear o plano de relançamento da economia do País. Sem questionar minimamente as suas qualidades de gestor de uma empresa petrolífera de capitais tailandeses, não deixo contudo de ter muitas dúvidas quanto a esta escolha do PM. Em 1928 o governo de então também convidou alguém providencial para dar rumo à economia do País chamava-se igualmente António não Costa mas Salazar. Passados 92 anos eis que o António PM achou que nem ele nem ninguém do seu governo, o maior e mais caro desde 2017, seria capaz de definir um rumo para a recuperação da nossa economia, e teve necessidade de chamar um novo António, o da Partex, para orientá-lo e dar-lhe o rumo certo. Uma vez mais quem tem a responsabilidade de nos governar prefere apostar num mito seja sebastianista ou antoniano para salvar o País. Assim o PM não só passou um atestado de incompetência ao seu próprio governo, mas desprezou a competência das nossas universidades e dos nossos especialistas nas mais diversas áreas preferindo centralizar numa espécie de iluminado providencial o nosso futuro. O PM mostra assim a sua fraqueza e desnorte com a crise. Definir um rumo para o futuro da nossa economia transcende em muito a gestão de uma empresa petrolífera cujo foco é explorar até à exaustão recursos naturais maximizando lucros sem se importar minimamente com os danos ambientais que daí resultam nem tão pouco sequer em minimizá-los. Delinear um plano para desenvolver a economia do País deveria ser antes de mais uma decisão política que abarcasse o maior leque possível de consenso partidário e implicasse a colaboração não de alguém por mais providencial que pareça mas dos nossos melhores especialistas nos diversos ramos do saber, da investigação científica, da saúde, do mundo empresarial no comércio e na indústria, dos sindicatos, da cultura e onde o Ambiente teria de estar obrigatoriamente omnipresente.
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