Activado protocolo para reabertura de igrejas católicas na Venezuela
A Igreja Católica anunciou na quinta-feira a ativação de um protocolo para preparar os sacerdotes, religiosos e fiéis, para a reabertura das igrejas católicos na Venezuela, país que regista 2.087 casos confirmados e 20 mortes associados ao coronavírus.
A ativação do “Protocolo Eclesial para a Flexibilização da Quarentena” foi anunciada pela Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) e tem como propósito que os sacerdotes, religiosos e fiéis, “conheçam com antecipação as orientações e disposições a seguir nas celebrações litúrgicas” assim que sejam “retomadas de maneira pública”.
Em comunicado, a CEV explica que o protocolo se destina ainda “à abertura gradual dos templos, à celebração dos sacramentos, (atos) sacramentais e à progressiva ativação dos serviços pastorais”.
Segundo o presidente da CEV, José Luís Azuaje, os protocolos incluem normas internacionais de higiene para proteger as pessoas que devem adaptar-se à nova maneira como vão realizar-se as cerimónias religiosas.
“Não se trata de tocar campainhas e abrir portas. Haverá normas de que não gostaremos que não nos gostará, por exemplo, que não teremos os templos cheios como estamos habituados. Manteremos distância de um a dois metros”, disse aos jornalistas.
José Luís Azuage precisou que a Igreja venezuelana não tem recursos para aplicar gel desinfetante a todas as pessoas que entrem nas igrejas e que aos sacerdotes, vão ter que lavar as mãos três vezes durante a missa.
Segundo a CEV houve um agravamento dos problemas que existiam antes da pandemia da covid-19 e há perspetivas de que o problema de saúde aumente consideravelmente.
A Venezuela registou oficialmente 20 mortes e 2.087 casos da covid-19, com 385 pessoas curadas, e está desde 13 de março sob estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos, com exceção dos humanitários, e a população está em quarentena e impedida de circular livremente entre os vários estados do país, desde 16 de março.
Desde segunda-feira que o Governo venezuelano implementou um programa próximo de flexibilização da quarentena, que permite aos venezuelanos saírem durante algumas horas por dia, mantendo o distanciamento social e o uso de máscaras.
Este programa prevê cinco dias de flexibilização seguido por 10 dias de confinamento obrigatório e permite a abertura de alguns setores económicos, entre eles os bancos, os consultórios médicos e odontológicos, as oficinas mecânicas e os setores da construção civil, as sapatarias, as lojas de roupa, de ferragem, refrigeração e canalização, a indústria da matéria prima química e os cabeleireiros.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.