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Rio afasta liberdade de voto caso Miguel Albuquerque seja candidato a Belém

Presidente do PSD promete posição rápida após anúncio de recandidatura de Marcelo e considera “honroso” apoio de Costa

O presidente do PSD considerou que um apoio de António Costa a Marcelo Rebelo de Sousa até é “honroso”, e prometeu uma posição pública do partido sobre o tema “no dia a seguir” ao anúncio da recandidatura presidencial.

Em entrevista à TSF conduzida pelo jornalista Anselmo Crespo, que será transmitida a partir das 10 horas, Rui Rio afirmou que “obviamente o mais provável” será o apoio do PSD a uma recandidatura do actual Presidente da República e só ainda não foi mais claro porque Marcelo Rebelo de Sousa não foi “absolutamente taxativo” sobre o assunto.

“No dia a seguir a apresentar a sua recandidatura, o PSD tem de tomar uma posição pública sobre essa recandidatura, até porque já estamos em Junho e faltam pouco mais de seis meses”, disse.

Questionado se, caso o presidente do Governo Regional da Madeira Miguel Albuquerque também seja candidato a Belém contra Marcelo (como admitiu), o PSD admite dar liberdade de voto nas presidenciais de Janeiro do próximo ano, Rio praticamente afastou essa hipótese.

“Numa eleição tão importante como a Presidência da República, um partido tão importante como o PSD não ter posição e dar liberdade de voto, é muito difícil”, considerou.

Já sobre a frase dita pelo primeiro-ministro, António Costa, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, de que esperava regressar com ele à Autoeuropa no próximo ano - e que foi interpretada como um apoio à sua recandidatura -, o líder do PSD admitiu que até pode nem ter sido premeditada, mas algo “que saiu” no momento, e negou qualquer incómodo.

“Como é que pode incomodar o PSD quando um militante seu recebe, em tão altas funções como Presidente da República, o apoio do nosso maior adversário? É até de certa forma honroso para o PSD”, disse.

Já sobre as autárquicas, Rui Rio admitiu que a última palavra sobre a escolha dos candidatos a Lisboa e Porto será sua e até que já lhe passaram “nomes pela cabeça”, mas considerou que anunciar candidaturas a mais de um ano do acto eleitoral seria “uma maratona”.

Questionado se dará alguma orientação nacional contra coligações com o Chega, Rio respondeu negativamente, mas disse não antever nenhuma, até porque o partido “não tem sequer força local”.

Sobre a subida de André Ventura nas sondagens - recentemente o Chega apareceu como terceira força política -, Rio disse não acreditar que possa ter esse peso na sociedade, embora admita que possa ir buscar votos sobretudo à abstenção.

Questionado se Ventura é “um político racista”, o líder do PSD respondeu: “Posso estar enganado, mas penso que muito do que ele diz é mais por táctica política do que por estar convencido do que está a dizer, o que é uma leitura benigna”, afirmou.

Rio considerou que “não há em Portugal felizmente comparação” com o que se está a passar nos Estados Unidos, e classificou a morte de George Floyd como “um ato dantesco”.

“Não há em Portugal felizmente comparação, o que aconteceu nos Estados Unidos é uma coisa bárbara, revolta qualquer cidadão absolutamente normal, ainda por cima numa imagem a que todo o mundo teve acesso”, afirmou, referindo-se ao assassinato de um afro-americano de 46 anos, que morreu em 25 de Maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção.

Rio realçou o papel da comunicação social em casos como este e salientou que sempre defendeu que “a liberdade de imprensa é um pilar absolutamente nuclear em democracia”, mas contrapôs que “quando manipula e desinforma faz o contrário, destrói a democracia”.

O líder do PSD reiterou as críticas de compra antecipada de publicidade institucional por parte do Estado como forma de apoio aos media, dizendo até duvidar que seja apenas isso e que se vão somar à verba já paga “mais 15 milhões depois”.

Questionado se entende que o Governo está a tentar “controlar” o sector, respondeu que “está pelo menos a tentar ser simpático” e considerou que a comunicação social até pode ser permeável a essa tentativa: “Acho que sim”.

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