Caracas diz que Guaidó se refugiou na embaixada de França, Paris nega
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela acusou França de ter dado refúgio ao líder da oposição, Juan Guaidó, na sua embaixada em Caracas, acusação que Paris nega.
“Juan Guaidó não está na residência de França em Caracas, já o confirmámos várias vezes às autoridades venezuelanas”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Agnès von der Mühll.
O chefe da diplomacia venezuelana, Jorge Arreaza, afirmou na quinta-feira que o opositor ao regime de Nicolas Maduro estava na embaixada francesa e que outro dirigente da oposição, Leopoldo López, se encontrava na residência do embaixador de Espanha.
Na segunda-feira, o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, já tinha afirmado que Juan Guaidó podia estar “escondido numa embaixada”.
“Todos os esforços devem ser orientados para a procura de uma solução política para a crise política venezuelana”, disse a porta-voz da diplomacia francesa.
“Só uma via democrática e eleições livres, transparentes e credíveis permitirão resolvê-la de forma duradoura e pôr termo ao sofrimento da população venezuelana”, acrescentou.
França e Espanha estão entre a mais de meia centena de países que reconhecem Guaidó como presidente interino desde a eleição, que consideram marcada por graves irregularidades, de Nicolas Maduro.
A tensão diplomática entre França e a Venezuela começou em Abril, com acusações de Nicolas Maduro ao embaixador francês, Romain Nadal, de interferência nos assuntos internos do país.
Desde maio, elementos dos Serviços Bolivarianos de Inteligência (SEBIN, serviços de informação) e da Direcção de Contrainteligência Militar (serviços de informação militares) policiam a rua da residência do embaixador, que está desde essa altura sem fornecimento de água e electricidade.
As medidas levaram o Governo de França a chamar o embaixador venezuelano em Paris, Michel Mujica, para protestar contra o que considera uma violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.