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Adiamento da reabertura de centros comerciais em Lisboa pode levar a falências

Foto MÁRIO CRUZLUSA
Foto MÁRIO CRUZLUSA

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) alertou hoje para a possibilidade de falências e desemprego em resultado da decisão do Governo de adiar a reabertura dos centros comerciais em Lisboa para 15 de junho.

Em comunicado enviado às redações, a APCC “alerta para o impacto que o prolongamento das limitações ao funcionamento dos Centros da Área Metropolitana de Lisboa tem para todos os intervenientes nesta cadeia de valor, aumentando a probabilidade de se verificarem grandes prejuízos, e mesmo falências, para as empresas, com as consequências que daí resultam quanto ao emprego que o setor dos centros comerciais cria”.

Em causa está a decisão do Governo, anunciada na quinta-feira, de adiar a reabertura dos centros comerciais da Área Metropolitana de Lisboa (AML) para 15 de junho, face à evolução dos casos de contágio por covid-19 nesta zona.

De acordo com a APCC, na AML concentram-se 35% dos centros comerciais do país, que asseguram 50% do emprego total gerado pelo setor a nível nacional.

“Os centros comerciais têm mostrado, como poucos outros espaços, capacidade de garantir a segurança de visitantes, lojistas e colaboradores das lojas, cumprindo não apenas as regras estabelecidas pelo executivo e as recomendações da Direção-Geral da Saúde, mas também as melhores práticas desta indústria a nível global”, afirma, em comunicado, o presidente da APCC, António Sampaio de Matos.

“Os associados da APCC acolheram esta decisão com grande desagrado e preocupação, pois não vislumbram razões objetivas para que se mantenham estas restrições”, acrescenta o responsável.

Quanto ao Plano de Estabilização Económica e Social (PEES), apresentado também na quinta-feira pelo Governo, a APCC considera positivo o apoio à retoma da atividade empresarial, as linhas de apoio ao comércio e a alteração das regras do pagamento especial por conta, isentando as empresas com quebras de faturação superiores a 40%, o que considera “de extrema importância para a tesouraria, especialmente nas empresas de comércio e restauração”.

Também as alterações ao regime de ‘lay-off’, a criação do Banco de Fomento e a extensão do regime de moratórias bancárias até 31 de março de 2021 para crédito hipotecário são medidas do PEES que a APCC destaca pela positiva.

“A APCC continua, entretanto, a aguardar por outras medidas que são imprescindíveis como complemento as estas, nomeadamente no apoio direto e rápido aos retalhistas”, lê-se no comunicado.

Os centros comerciais das restantes zonas do país reabriram em 01 de junho.

Face ao aumento de casos de covid-19 na AML, o Governo decidiu, numa primeira fase, adiar a reabertura dos centros comerciais daquela região para 04 de junho e, depois de nova avaliação, para dia 15 de junho.

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