Roma e Madrid pedem à UE abertura de fronteiras coordenada e não discriminatória
Espanha e Itália solicitaram hoje à Comissão Europeia o levantamento das restrições nas fronteiras comunitárias de forma coordenada e não discriminatória entre todos os Estados-membros, com base em critérios epidemiológicos “comuns, claros e transparentes”.
Este pedido foi feito numa carta enviada pelos primeiro-ministros espanhol, Pedro Sánchez, e italiano, Giuseppe Conte, à Presidente da Comissão Europeia, Ursula von Leyen.
Na missiva, distribuída às redacções em Madrid, os dois líderes também pediram um processo “gradual” e “coordenado” na abertura das fronteiras externas da União Europeia.
“Já é tempo de começar a pensar sobre a reactivação das nossas economias e retomar a normalidade”, afirmam os primeiros-ministros de dois dos países mais afectados pela pandemia de covid-19, que também são potências no sector do Turismo.
Os dois consideram “vital” que todos os países membros se comprometam a partilhar informação e consideram “essencial” que os transportes sejam administrados por protocolos de segurança sanitária harmonizados decididos de comum acordo.
Pedro Sánchez e Giuseppe Conte convidam a Comissão Europeia a agir o mais rapidamente possível nesta área porque se está a aproximar a data em que os Estados-membros irão abrir as suas fronteiras aos turistas.
Na quinta-feira, o Governo espanhol voltou a confirmar que a abertura das fronteiras à “mobilidade internacional segura”, nomeadamente com Portugal e França, terá lugar a partir de 01 de julho.
Na última segunda-feira, a Itália avisou que, apesar de ter reaberto as suas fronteiras internacionais, vai mantê-las fechadas aos países que impõem restrições de entrada a cidadãos italianos, devido ao princípio da reciprocidade.
Itália, com 33.689 mortos em mais de 234 mil casos, e Espanha, com 27.133 mortos e mais de 240 mil casos, são dois dos países mais afectados pela pandemia de covid-19.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infectou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.