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Hong Kong aprova controversa lei do hino chinês no dia do Massacre de Tiananmen

A nova lei prevê até três anos de cadeia para as ofensas contra o hino da República Popular da China

Foto EPA
Foto EPA

O Parlamento da Região Administrativa Especial de Hong Kong aprovou hoje o controverso projecto lei que criminaliza ofensas contra o hino da República Popular da China, legislação que os democratas vêem como atropelo à autonomia do território.

Na altura em que se assinalam os 31 anos sobre o Massacre de Tiananmen (1989) os deputados do Conselho Legislativo de Hong Kong votaram o texto legislativo, pela segunda vez, tendo o projecto-lei sido aprovado por 41 votos a favor e um voto contra.

A oposição decidiu boicotar a votação do projecto lei marcado pelas fortes tensões que se prolongam há mais de um ano na antiga colónia britânica e sobretudo na data em que os cidadãos de Hong Kong assinalam o 4 de Junho de 1989, data da violenta repressão do regime de Pequim contra o movimento pró democracia.

O regime de Pequim foi durante vários anos confrontado com vaias e insultos ao hino nacional (”Marcha dos Voluntários”) sobretudo nos estádios de futebol quando joga a selecção de Hong Kong.

A nova lei, que deve ser ratificada formalmente pela chefe do Executivo local, Carrie Lam, prevê até três anos de cadeia para as ofensas contra o hino da República Popular da China.

Os grupos políticos pró-democratas da Região Administrativa Especial de Hong Kong encaram a ação legislativa como uma “nova arma” de confronto contra os dissidentes prevendo-se momentos de tensão entre os deputados do Conselho Legislativo.

O movimento da Praça Tiananmen foi esmagado na noite de 3 para 4 de Junho de 1989, quando os tanques do exército foram enviados para pôr fim a sete semanas de protestos.

O número exacto de pessoas mortas continua a ser segredo de Estado, mas as “Mães de Tiananmen”, associação não-governamental constituída por mulheres que perderam os filhos naquela altura, já identificaram mais de 200.

O acontecimento continua a ser tabu na China.

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