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Hotelaria estima entre 3,2 e 3,6 mil ME de receita perdida este ano

Foto Gonçalo Delgado/Global Imagens
Foto Gonçalo Delgado/Global Imagens

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) disse hoje estimar perdas de receita entre os 3,2 e os 3,6 mil milhões de euros este ano, bem como menos 24,8 a 46,4 milhões de dormidas.

Os dados foram avançados pela presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, durante a apresentação da terceira fase do inquérito “Impacto da covid-19 na Hotelaria”, realizado entre 15 e 29 de maio junto dos associados.

“Não temos dúvidas de que para a hotelaria será um ano perdido”, admitiu a responsável.

“Não significa, no entanto, que não haja reservas e que não haja movimento durante este verão, mas não nos iludamos: não vamos ter ainda este verão nada que nos faça pensar em retoma efetiva. Há uns balões de oxigénio”, acrescentou.

Apesar de haver uma expectativa positiva para o último trimestre do ano, segundo a AHP, com mais de 50% das unidades hoteleiras associadas a estimarem já ter todos os seus serviços em funcionamento nessa altura, estará sempre presente uma redução de capacidade entre 50% e 80% .

“Há, de facto, uma evolução positiva, mas prudente e realista. No grosso [das unidades hoteleiras] não se ultrapassa os 50% de reservas até ao final do ano”, disse Cristina Siza Vieira.

De acordo com o inquérito, o investimento mensal em medidas extra de higiene e segurança é, em média, de 3.818,04 euros por hotel e de 40 euros por quarto, isto é, quase 50 mil euros anuais de acréscimo de despesas só com a implementação destas medidas.

Para a maior parte dos inquiridos, as condicionantes ao trafego aéreo são o principal constrangimento à sua operação (28,36%), seguindo-se o medo de viajar (23,76%).

“Vamos andar todos a batalhar por um lugar ao sol no caso do transporte aéreo, mas, de facto, não é a concorrência de outros países que nos aflige”, admitiu a presidente executiva da AHP.

Quanto aos preços, 20% dos inquiridos disse que vai mantê-los idênticos ou um pouco inferiores aos praticados até agora.

“Não, não vai haver saldos na hotelaria”, sublinhou Cristina Siza Vieira, explicando que os custos de operação vão crescer e que, por isso, a intenção, no grosso da hotelaria, é de que o preço se mantenha.

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