Oposição pede pressão decisiva para afastar Nicolás Maduro do poder
A oposição venezuelana agradeceu hoje os esforços da embaixadora da União Europeia (UE) em Caracas, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, e pediu à comunidade internacional “pressão decisiva” para uma mudança de regime na Venezuela.
“O nosso país agradece todos os esforços empreendidos pela embaixadora, em nome da UE, a favor do nosso país, através de importantes iniciativas de resposta humanitária e ações a favor de uma transição pacífica”, explica um comunicado.
O documento, divulgado pela equipa de trabalho do líder opositor Juan Guaidó, faz referência à decisão tomada segunda-feira pelo Presidente Nicolás Maduro de expulsar a diplomata de nacionalidade portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa do país, horas depois de os 27 sancionarem 11 cidadãos venezuelanos.
“Europa e a Comunidade Internacional tem demonstrado que apoiam a luta dos venezuelanos pela restauração democrática e pelo resgate da ordem constitucional, exercendo maior pressão sobre o gabinete chavista com ações como as anunciadas”, explica.
A expulsão da embaixadora “é um claro sinal de que nem a UE nem a Comunidade Internacional tolerarão mais atropelos e bloqueios do gabinete de Maduro a uma saída urgente, pacífica e democrática à crise à que nos tem levado como país”, refere-se no documento.
“Nicolás Maduro não se conforma mais com perseguir, deter e enviar para o exílio dirigentes políticos e ativistas de todos os setores da vida pública nacional, agora decide atacar o corpo diplomático. Nos solidarizamo-nos com a embaixadora da União Europeia na Venezuela, Isabel Brilhante, e com todo o corpo diplomático acreditado no país”, explica.
O documento sublinha que esse agradecimento é ainda por apoiar a luta democrática e a uma proposta de um Governo de Emergência Nacional como solução a uma crise que se agrava dia a dia.
“Com essa ação, Nicolás Maduro continua a sua escalada para um novo nível, no acelerado caminho para o totalitarismo, desconectando-se dos princípios e valores da civilização ocidental, como a democracia, o Estado de Direito e a separação de poderes”, afirma o documento.
Por esse motivo, “hoje mais do que nunca requeremos o concerto (apoio) de todas as nações livres, para que juntos exerçamos a pressão decisiva para a saída de Nicolás Maduro do poder e para a libertação da Venezuela dos que decidiram fazer da nossa pátria um estado falido”, conclui.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expulsou na segunda-feira a embaixadora da UE no país, horas depois de a União Europeia sancionar mais 11 funcionários de Caracas.
Maduro justificou a sua medida como uma retaliação a uma resolução “em que a supremacista UE sanciona aqueles venezuelanos que, formando parte de instituições do Estado, defendem a Constituição”.
“Setenta e duas horas para que a embaixadora da União Europeia abandone o país. Já basta de intervencionismo colonialista, de ‘supremacismo’ e de racismo! Já basta!”, enfatizou.
A UE sancionou 11 funcionários do Governo do Presidente Nicolás Maduro e de vários poderes públicos venezuelanos.
Os sancionados são acusados de “atuar contra o funcionamento democrático da Assembleia Nacional (parlamento) e de violar a imunidade parlamentar” dos deputados, inclusive do líder opositor e presidente daquele órgão, Juan Guaidó.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino do país, até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres. Guaidó conta com o apoio de quase 60 países.