Sismos e actividade vulcânica no mar da Madeira vigiados pelo novo cabo submarino
O novo cabo submarino da EllaLink que vai ligar a América do Sul e a Europa, com passagem pela Madeira, além da função principal de transmissão de dados em fibra óptica, vai incluir um sistema de recolha permanente de indicadores no fundo do mar relacionados com sismologia, vulcanologia, ecologia marinha e oceanografia. Esta vertente do projecto, designada EllaLink GeoLab e que ficará sediada no Funchal, foi anunciada nas últimas horas pelo consórcio internacional que está a lançar a infraestrutura submarina. A Empresa de Electricidade da Madeira está envolvida, através da sociedade EMACOM.
O comunicado divulgado pela EllaLink explica que os dados recolhidos nos fundos oceânicos serão disponibilizados, monitorizados e estudados pela comunidade científica europeia em tempo real. Neste capítulo, colaboram com o EllaLink GeoLab a Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS) da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e a rede da infraestrutura de comunicações pan-europeia Géant.
Será a primeira infraestrutura do género agregada a um cabo submarino. Será utilizada a tecnologia Distributed Acoustic Sensing (DAS) para recolha de dados ao longo do trajecto e transmitida para uma estação na Madeira, sendo que não terá qualquer impacto na vertente do tráfego de telecomunicações.
O comunicado cita o vice-presidente do Governo, Pedro Calado: “A inclusão da tecnologia DAS é uma medida que cria o caminho para uma melhor compreensão das águas que rodeiam o nosso arquipélago. A importância do progresso do conhecimento relacionado como os sismos e as condições oceanográficas não pode ser subestimada. Contamos ansiosamente receber as instalações do GeoLab no Funchal”.