“Se a Dr.ª Manuela [Lélis] continuasse seria uma catástrofe”, diz Pedro Ramos
Pedro Ramos alega razões clínicas e não políticas na origem da alteração na Medicina Interna
O secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, assegura que a mudança na direcção do Serviço de Medicina Interna do Serviço de Saúde da Região, com a nomeação para director do serviço o médico Assistente Graduado Sénior António Chaves para o lugar da médica Manuela Lélis é motivada por razões clínicas e não políticas.
À margem da visita à Penha d’Águia, no Faial, onde visitou as Equipas de Combate a Incêndios Florestais (ECIF) dos Bombeiros Voluntários de Santana, que Pedro Ramos minimizou o alegado conflito interno na origem da alteração.
“Ao contrário do que a comunicação social – que eu respeito muito – mas que tenta analisar estes assuntos sempre numa perspectiva política, este assunto foi debatido sobre uma perspectiva clínica”, começou por assinalar. Adiantou que “a Dr.ª Manuel Lélis tinha sido nomeada há seis meses” mas que entretanto “a Ordem dos Médicos questionou a sua situação sob o ponto de vista de hierarquia em termos da sua carreira”, dando conta que “neste momento ela ainda não tinha atingido o grau de Assistente Hospitalar Graduado Sénior e isso poria em perigo os internos de Medicina Interna e todos os internos que poderiam fazer estágio no Serviço de Medicina Interna” referindo-se aos 44 internos no Serviço de Medicina Interna, nomeadamente os 20 internos de formação especializada; 7 internos de outras especialidades que estão a fazer a valência de Medicina Interna e 13 internos de formação geral. Por reconhecer que a possível retirada da idoneidade e capacidade formativa “se a Dr.ª Manuela continuasse seria uma catástrofe”, Pedro Ramos justificou a alteração, assegurando que foi a própria Manuela Lélis que “não querendo ser responsável por essa situação, falou com o Conselho de Administração e com a Direcção Clínica. A opção que encontramos foi colocá-la noutras responsabilidades” e para o lugar desta foi nomeado António Chaves “um Assistente Hospitalar Graduado Sénior que aceitou liderar durante este processo a Direcção do Serviço de Medicina Interna”, disse.
Feito o esclarecimento, Pedro Ramos sustenta que “mais uma vez o SESARAM tinha uma questão para ser resolvida e essa questão foi concretizada”. Assinalou de resto que “a Madeira tem lutado muito para ter um Serviço Regional de Saúde estável, com formação, com diferenciação, obedecendo a todas as regras e é nesse sentido que vamos continuar a trabalhar”.