Jogos da I Liga prosseguem à porta fechada, mas DGS admite reavaliar
A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que os jogos da I Liga portuguesa de futebol vão manter-se à porta fechada, por precaução, mas admitiu reavaliar a medida conforme a evolução da situação epidemiológica.
“Pelo princípio da precaução, mantém-se que os jogos de futebol não tenham público, mas estas situações podem ser revistas, sobretudo à luz da evolução da epidemia nos próximos dias ou nas próximas semanas”, admitiu Graça Freitas, na habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19 em Portugal.
A I Liga portuguesa de futebol regressa hoje, quase três meses depois de ter sido suspensa, mas os jogos vão realizar-se sem público, uma medida que contrasta com a reabertura das salas de espetáculo que, na segunda-feira, puderam voltar a receber público.
Questionada sobre os critérios que orientaram as duas decisões, Graça Freitas explicou que estas foram tomadas em momentos diferentes da pandemia em Portugal, que influenciaram o sentido das normas para cada setor.
“Quando foi decidido retomar as provas de futebol, foi num determinado tempo, com uma determinada situação epidemiológica, e achou-se prudente tomar determinadas regras”, explicou.
A diretora-geral sublinhou ainda que o momento atual já é diferente e admitiu que, apesar de os adeptos terem de continuar a assistir aos jogos fora do estádio, a decisão possa ser reavaliada, revelando que, para já, espera que neste regresso da Liga as pessoas deem uma prova de cidadania.
“Foi muito importante para o nosso país retomar a Liga de futebol, terminar a temporada e, portanto, hoje está nas mãos de todos que a jornada corra de forma tranquila e sem riscos acrescidos para a saúde pública, para continuarmos a ter os jogos e o campeonato”, sublinhou a diretora-geral.
Portugal contabiliza pelo menos 1.447 mortos associados à covid-19 em 33.261 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que sexta-feira foi prolongado até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
Novas medidas entraram em vigor na segunda-feira, 01 de junho, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, onde continuarão encerrados até quinta-feira, pelo menos), dos ginásios ou das salas de espetáculos.
Estas medidas juntam-se às que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
No sábado, regressaram as cerimónias religiosas comunitárias enquanto a abertura da época balnear acontecerá no sábado, 06 de junho.